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Adelmo Borges


O preço da escolha



Eudoro Tude, quando prefeito e eleito deputado, deixou a chefia do executivo municipal para o vice Helder Almeida completar o mandato. Caetano ao cumprir dois mandatos escolheu e elegeu seu sucessor Ademar Delgado. Ao assumir os mandatos, os dois sucessores sentiram a oportunidade em estabelecer na política de Camaçari – e no estado – o caminho para alcançar novos/futuros horizontes a partir da sedimentação de seus nomes sem a sombra dos padrinhos.


O litígio entre Helder e Tude terminou por dividir a base construída inicialmente a partir da necessidade dos vereadores e principais lideranças em garantir seus espaços e mandatos ao estabelecer uma independência política. Ou seja, afastar-se das divergências entre os dois e cuidar de se aproximar dos eleitores diretamente. Assim, fragmentada a liderança de Tude e Helder com dificuldades para manter o comando dos aliados abriram caminho para a eleição de Luiz Caetano.
Depois de dois mandatos consecutivos Caetano considerou que a escolha de Ademar Delgado, seu auxiliar de longas datas garantiria sua condição de principal liderança do Partido dos Trabalhadores e por consequência a influência no governo local sob o comando do sucessor. A síndrome volta a tomar corpo. O cenário se repete. Ademar não aceitou algumas indicações de Caetano assim como algumas orientações. As agressões tomam corpo e se tornam públicas, principalmente quando Ademar se sentiu no direito de comandar a campanha de Rui Costa para o governo do estado.


O fato é que as agressões se tornaram mais contundentes impedindo a Ademar o pleito da reeleição, fundamentando a desfiliação partidária e a indicação de Jailce Andrade para concorrer.
O desgaste de Helder na época assim como o desgaste de Ademar foram os principais fatores para a derrota nas eleições. Causa. Os desentendimentos internos, o desordenamento das bases, a provável desconfiança e insatisfação dos eleitores.


A história política de Camaçari exibe um comportamento semelhante entre Tude e Caetano no que se refere à estratégia de fragilizar o adversário a partir da cooptação das suas lideranças comunitárias e politicas com mandato. Isso ao observar a fragilidade da identidade ideológica e do oportunismo individual dos agentes políticos.


No momento atual, governo de Elinaldo, não se observa discordâncias explicitas entre os agentes do estafe, no entanto se verifica comportamentos independente dos agentes políticos e lideranças comunitárias. Vários secretários e vereadores exercem suas atividades como órgãos independentes pouco ou quase nunca se referem ao chefe do poder executivo como referência, assim como os vereadores da base.


Assim é que os sentimentos políticos dos agentes de Camaçari vêm a causar interpretações e sentidos divergentes, tanto na população como nos principais sites políticos da cidade. Ao divulgar um levantamento promovido por uma empresa de pesquisa, o comunicador Roque Santos evidencia a posição (27%) de Elinaldo na preferencia do eleitorado para a reeleição, contra os 16% da pré-candidata Ivoneide Caetano. O site Destaque 1 coloca que a união dos partidos de esquerda é uma estratégia que fortalece a posição defendida por Caetano para a sucessão e o site CamaçariAgora considera que ao permitir a publicação do levantamento, citando Ivoneide Caetano com dois dígitos, Elinaldo deu um tiro no pé. O portal de Abrantes nem citou a existência da pesquisa.


O quadro é indefinido. Será que Elinaldo realmente vai se disponibilizar para a reeleição e Caetano vai colocar sua esposa no páreo com as postulações de Marcelino, de Téo e Fábio Lima ainda vivas? ainda tem muita água para correr no rio que banha a cidade que chora. Quem viver verá.


Adelmo Borges adelmobs@terra.com.br é dirigente do Rede Sustentabilidade de Camaçari


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor


 
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