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O biribiri e o radialista



Vereador neófito, Téo Ribeiro, eleito pelo PDT, retoma a veia política da família e chega fazendo barulho na Câmara de Camaçari. Microfone para criticar o governo, só o do plenário. Fortalecido com a volta ao poder, depois do 1º e único mandato pelo voto direto do ex-prefeito biônico e ex-aliado, Humberto Ellery, e do desgaste da 1ª gestão Luiz Caetano (1986/1988) com o seu “povo no poder”, o prefeito José Tude assume o seu 2º mandato com a corda toda. O ano era 1997, e  não  faltavam apoios na Câmara, na rua e na imprensa. Um dos microfones aliados era o do radialista João Pinho. 


Polêmico e tido como destemido, Pinho não perdia a oportunidade para dar uma sapecada no único oposicionista dos 17 edis da Casa. O novato Téo, herdeiro do pai, vereador na década de 1970, Diosdete Ribeiro, apanhava todos os dias, na rádio Metropolitana AM e na TV Camaçari, controlada e patrocinada pelo poder municipal de plantão. João Pinho não economizava ‘elogios’ ao vereador. Sempre que podia ou o gancho da notícia permitia, ´festejava` o vereador como grande consumidor de “biribiri com 51”, dizia. A frutinha, azeda e boa para baixar a pressão arterial, fazia a dobradinha com uma cachacinha, coquetel nunca escondido e preferido pelo oposicionista.


Encontrar amigo e adversário em bar na tão grande Camaçari de hoje, era mais fácil que comprar mangaba na feira. E, não deu outra. Numa destes começos de tarde, Téo cruza com João Pinho. Mesmo famoso e querido, Pinho é alertado por colegas que o desafeto estava no restaurante. O clima muda quando o éradialista é informado que o vereador foi pegar algo no carro.


Sem alternativa, só restava ao famoso comunicador esperar. Para espanto de João Pinho, Téo, com seu estilo bonachão, volta com um saco e coloca sobre a mesa do radialista. O susto logo vira alívio e a pressão do comunicador volta a se estabilizar. Eram apenas verdinhos e suculentos biribiris.


Quem conhece e compartilhou o momento com o vereador,  hoje no quinto mandato, e filiado ao PT, sabe que ele não entregou toda cota. Reservou uma parte para ‘temperar’ a comemoração do susto no inimigo.


 


 


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