O apoio popular à proposta de emenda à Constituição (PEC) para acabar com a escala 6x1 de trabalho começa a pressionar os parlamentares. A medida está na fase de coleta de assinaturas e precisa do aval de 171 deputados, um terço do total. Até o momento, 71 apoiaram o projeto, enquanto que o abaixo-assinado on-line conta com mais de 1,3 milhão de assinaturas.
O texto foi apresentado pela deputada Erika Hilton (PSol-SP), e formulado pelo movimento social Vida Além do Trabalho (VAT). Seu objetivo é acabar com a jornada 6x1 em que o funcionário trabalha durante seis dias na semana e folga apenas um. A configuração é muito comum em setores, como o comércio e a indústria, mas é considerada exaustiva e abusiva por apoiadores do projeto.
A PEC visa mudar o trecho da Constituição que limita a carga de trabalho a oito horas diárias e 44 horas semanais para incluir outras possibilidades de distribuição do expediente, como a escala 4x3, defendida pelo VAT. O texto deve mudar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece um dia como o período mínimo de descanso para o trabalhador.
Críticos do fim da escala 6x1 argumentam que a medida pode prejudicar as empresas, que precisarão contratar mais funcionários para cobrir seus turnos e ter gastos maiores com a folha de pagamentos. Para Hilton, apesar de haver, sim, a necessidade de que as empresas reorganizem seus quadros de funcionários em caso de aprovação da PEC, a mudança será benéfica e representa um aumento na produtividade dos trabalhadores.
O tema explodiu nas redes sociais durante o fim de semana. No sábado, a campanha contra a escala 6x1 foi o tema mais falado no X, superando a marca de 135 mil postagens. Na internet, a maioria dos comentários foi de apoio à medida e críticas aos parlamentares que não assinaram a PEC.