O tempo não para
As eleições municipais de 2024 talvez seja o ponto de retomada das oportunidades políticas de uma geração que se estabeleceu ao longo dos últimos 40 anos. De maneira implacável o tempo deverá corrigir estratégias estabelecidas em não preparar novos nomes para manter a continuidade das ações político-administrativas do município de Camaçari. A presença de Humberto Ellery no comando do poder executivo municipal, fruto do golpe de estado de 1964, propiciou, na administração a presença do militar Eudoro Tude e do militante político Luiz Caetano, em posições de destaque. Assim, ao longo dos últimos 40 anos as atividades e ações políticas, em Camaçari, passaram a girar em torno de duas personalidades, alternadamente.
Tude teve a oportunidade de criar uma equipe com bons nomes técnico-administrativos a exemplo de Vital Sampaio, Cibié, Raimundo Blumete, Helder Almeida, José Cupertino. Assim como Caetano que contou com a aproximação de Téo Ribeiro, José Marcelino, Luiza Maia, Carlos Silveira, Augusto Di Paula, Raimundo Diácono, Vital Vasconcelos, Camilo Pinto e muitos outros. Ambos, quando impedidos legalmente de concorrer à sucessão por um terceiro mandato, fizeram opções equivocadas a partir do sentimento de continuar sendo o mandatário sem o título de prefeito. Enfim, o excesso de centralização e a visão em que não lhes seria permitido alçar melhores posições a partir dos próprios méritos, induziram a maioria dos colaboradores e pleitear o tempo de permanência nos cargos, usufruir de uma estabilidade econômica e garantir uma aposentadoria atraente como executivo comissionado ou como parlamentar.
Ocorre que o momento leva à necessidade em refletir como e com quem será composto o quadro político-administrativo do município de Camaçari a partir dos próximos 5 (caso se credencie para a reeleição) ou 10 anos? Eudoro Tude já não sustenta a liderança de outrora, nem seus seguidores e simpatizantes se encontram dispostos e/ou disponíveis para o embate. Resta a Caetano, com a nova chance que tem, produzir oportunidades para despertar novos nomes para a manutenção de uma ideologia filosófica para o futuro do município.
Quem seriam esses nomes? Tagner, Marcio Neves e Kaike foram eleitos em 2024. Seria Dentinho (também reeleito vereador) ou novos nomes como o de Gabriela Mendes, Marinez, Pastora Déa Santos ou a primeira dama, deputada federal Ivoneide Caetano? O tempo urge e uma liderança não se forja em curto espaço de tempo. Assim como as boas práticas recomendam que não deve expor apenas um nome ou dois. As imprevisibilidades podem vir a necessitar de alternativas B e C.
Questão outra que vem sendo objeto de debate é a formação de quadros de auxiliares para o mandato dos próximos quatriênios. Observam os especialistas e formadores de opinião que o pleito foi decidido por uma margem muito pequena, significa dizer que metade da população precisa ser conquistada e a outra metade mantida em nível de satisfação em relação às principais necessidades. Assim, observar quadros técnicos e administrativos que sustentam a administração pública é fundamental para que as atividades não venham a sofrer soluções de continuidade. São servidores efetivos e comissionados que exercem atividades essenciais e fundamentais ao funcionamento da máquina pública e se posicionam ou não politicamente por questões impositivas ou por ideologias, no entanto ao exercer o direito de escolha de um cidadão. Nesses casos o bom senso deve preponderar.
UM LEMBRETE PESSOAL – Política não se faz, apenas de quatro em quatro anos. A população precisa estar sempre motivada, mobilizada e participando das ações. O poder deve estar, com seus auxiliares presente nas comunidades, mantendo um processo constante de debates. Quem viver verá.
Que DEUS e os Orixás nos protejam.
Fabiana, Augusto di Paula, Fabio Presente.
Adelmo Borges dos Santos adelmook@gmail.com
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10/11/2024