Os preços do café subiram quase 20% no terceiro trimestre de 2024, atingindo os níveis mais altos em quase uma década. Os últimos 12 meses até setembro, o café moído acumulou uma alta de 22,66%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a aceleração é ainda maior, chegando a 24,93%.
De acordo com a Organização Internacional do Café (ICO), órgão intergovernamental formado por países exportadores e importadores, a estiagem e as altas temperaturas no Brasil e no Vietnã, responsáveis por mais da metade da produção mundial, impactaram significativamente no custo do produto.
Nos três primeiros trimestres, 26,4 milhões de sacas foram vendidas, 26,6% a mais que em 2023, um recorde histórico. Em Minas Gerais, responsável por mais da metade da produção no país, os preços da saca de 60kg variaram de R$ 1.455 para R$ 1.510, um aumento de 3,8% em apenas cinco dias.
O Brasil lidera no mercado internacional com o café arábica, enquanto que o Vietnã domina a produção mundial de grãos robusta, usados no café instantâneo.
Mesmo com preços em alta no mercado interno, as exportações batem recordes. Em setembro deste ano, 4,5 milhões de sacas de 60 kg foram vendidas, 33% a mais do que os 3,3 milhões de 2023. O volume histórico acumulado de 2024, nos primeiros três trimestres do ano, também saltou para 36,4 milhões de sacas, o maior montante já registrado. Dos 113 países que recebem o café do Brasil, os Estados Unidos são os principais compradores (5,7 milhões), seguido dos europeus Alemanha (5,3 milhões), Bélgica (3,3 milhões) e Itália (3 milhões) e, em quinto, o Japão (1,6 milhão).