Na estrada
O melhor da viagem é o caminho, as paisagens, as pessoas que contactamos e absorvemos conhecimentos. Não é muito diferente no processo eleitoral quando da definição do futuro de uma nação, de um município, de uma comunidade. Camaçari passa por esse momento. A única cidade da Bahia a definir seu mandatário, em segundo turno (27.11) vive um momento ímpar em sua história política.Desde o desabrochar do bolsonarismo, a direita municipal evidenciou seu comportamento agressivo e odioso, contaminando parte da população e se afastando da convivência civilizada das disputas anteriores.
Também, os socialistas morenos se apoderam e induzem a militância ao confronto com armas digitais e aproximação com as classes D e E para a reflexão dos benefícios obtidos e potencial de manutenção na experiência de políticas públicas fundamentadas na promoção social e desenvolvimento económico.
O quadro se torna emocionante que motiva que a maior autoridade política do país, o presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se desloca para visitar o município e falar diretamente com a população sobre sua preferência.
Fato relevante é que a permanência no cargo tem provocado o desgaste natural do executivo favorecendo a alternância do poder político. Eudoro Tude, ex-prefeito por dois mandatos e atual vice-prefeito, não conseguiu se eleger para a Câmara Municipal, assim como Jorge Curvello, secretário de esporte e lazer; Fafá de Senhorinho, ex-secretária da Mulher, e os ex-vereadores Cleber Alves, Gilvan, Junior Borges, Zé do Pão, Téo Ribeiro e muitos outros quadros de forte presença política.
Estudos realizados afirmam que nos países desenvolvidos primeiro enriqueceram para, depois, envelhecerem. E nos em desenvolvimento, se envelhece em um país com muitos problemas sociais e pobreza. Assim, laboratório de como envelhecer em um país que ainda não deu certo, com deformações de cultura política, social e económica.
O quadro tem se mantido indeciso, até então. Nenhum dos competidores (União Brasil e Partido dos Trabalhadores) podem comprar os foguetes, tão pouco encomendar o terno da posse. Os institutos de pesquisas e os formadores de opinião consideram um empate técnico com pequena vantagem para o petista Luiz Carlos Caetano. Assim, a responsabilidade está no colo dos eleitores em decidir os destinos de Camaçari nos próximos quatro anos.
Certo é que o eleito terá que promover uma drástica recuperação das finanças municipais, haja visto as obras não concluídas (mercados de Pojuca e Monte Gordo) e/ou serviços apresentando qualidade duvidosa (obras de pavimentação e urbanização de praças). Além do funcionalismo com defasagem salarial. Quem viver verá
Que DEUS e os Orixás nos protejam
Adelmo Borges dos Santos adelmook@gmail.com
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19/10/2024