Estrago As denúncias de assédio moral, sexual e preconceito racial, feitas pela vereadora Professora Angelica (PP), contra o colega de Legislativo de Camaçari, Dentinho do Sindicato (Confira), não atingiram apenas o petista e o seu partido. Morde as demais legendas e, de forma mais incisiva, o próprio Legislativo.
Estrago 2 Em nota postada no site do Legislativo, dia 6, a Câmara Municipal informa que notificou o vereador e abriu prazo de 15 dias, segundo apurou a Coluna, para que o petista se manifeste sobre as acusações. O documento, que não foi distribuído para a imprensa, como manda a transparência, não especifica o prazo dado para a defesa (Confira). Apenas informa que vai analisar o caso e avaliar “se o teor das acusações é passível de abertura de processo disciplinar”.
Estrago 3 Mais uma vez, a Mesa da Casa, presidida pelo vereador Junior Borges (União Brasil), descuida das suas responsabilidades quando não informa como será esse processo. Regimentalmente, essa apuração é da esfera da comissão de ética, colegiado que nunca foi formado, portanto não tem membros para discutir e votar qualquer demanda envolvendo um vereador. Criar um comissão especial e a sua composição vai ser outra batalha.
Estrago 4 Nesse festival de descuidos, os partidos políticos, apesar de parte do processo, se comportam como se nada tivessem com o caso. Omissão começa com o PP, partido da vereadora. Comandado pelo sempre falante, o vice-governador João Leão, legenda sequer manifestou solidariedade. Se apresentou apoio, esqueceu de publicizar.
Estrago 5 Com intensa presença em debates sobre questões como violência contra a mulher e preconceito, o PSOL de Negra Magna, e o PCdoB de Branca Patrícia também passaram longe, como lembrou o colunista do Camaçari Agora, Adelmo Borges. No seu artigo “A vez de Matildes” (Confira), Borges também cita a advogada e esposa do 3 vezes alcaide do município, Luiz Caetano, Ivoneide Caetano, candidata a deputada federal, como outra mulher a silenciar, apesar de todas defenderem a bandeira da valorização da mulher e a sua ocupação dos espaços de poder.
Estrago 6 Outra estrutura, que mesmo sem obrigação legal de se manifestar, engrossou o coro dos mudos foi a Ordem dos Advogados do Brasil–OAB Camaçari. Quem fez diferente e sinalizou compromisso com a luta das mulheres foi a secretaria da mulher (Semur). Dirigida pela vereadora licenciada Fafá de Senhorinho (União Brasil), a pasta distribuiu nota onde declara seu “profundo repúdio e indignação ao momento vivido pela vereadora”.
Estrago 7 Em todo esse processo, o PT, legenda do vereador acusado, foi o mais atingido. Em nota postada semana passada nas redes sociais, o partido, que deixou o vereador usar a estratégia errada do confronto como defesa, sai em apoio ao filiado e lembra que o vereador Dentinho do Sindicato “sempre teve uma história de luta pelos trabalhadores e por toda a sociedade Camaçariense”. Ainda segundo o documento, que reafirma seu apoio às mulheres, negros e todas as minorias, o partido “aguarda a apuração dos fatos e o desenrolar da representação pela mesa diretora da Câmara”.
Estrago 8 Mesmo considerando o seu vereador inocente e acreditando na confirmação da sua conduta pelo Legislativo, o mal-entendido não apaga o processo de desgaste do seu filiado e o consequente respingo no partido.
Estrago 9 Assunto dos últimos dias em todas as redes sociais, denúncias de assédio e preconceito racial não deixam de refletir nos planos da candidata Ivoneide. Como será essa agenda conjunta com o vereador daqui para frente. A repercussão negativa entre o eleitorado, em especial o feminino, pode ser um fator decisivo na revisão do projeto de candidatura do vereador a deputado estadual.
Senha Servidores da prefeitura de Camaçari andam desconfiados com a inclusão de seus dados pessoais, como número de telefone, na lista de propaganda de cooperativa habitacional. Dizem que essa nova oferta começou a encher as caixas de mensagens justamente depois da mudança do banco que administra a folha de pagamento da categoria.
Alimento O Cozidinho do Dinho é muito mais que energia para o corpo. Nesta quinta (14) o tradicional restaurante recolhe os talheres e põe filosofia, artes e a poesia africana no cardápio. O bate papo com entrada franca, a partir das 19h, no espaço localizado na avenida Eixo Urbano, centro de Camaçari, tem coordenação do professor e filósofo João Borges.
João Leite Filho joaoleite01@gmail.com – Editor
11/7/2022 Fechamento: 16h37
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