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Coluna Camaçarico 17 junho 2024


Reflexos Pode sair a qualquer momento a decisão da juíza Marina Rodamilans, da 171ª Vara Eleitoral, em Camaçari, sobre o processo movido pelo Ministério Público Eleitoral contra o vereador Dentinho do Sindicato. O petista é acusado de importunação sexual, moral e racismo contra a colega de Legislativo, a vereadora Professora Angelica (PP).


Reflexos 2 Caso seja condenado, Dentinho só terá o caminho do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para reverter a decisão que pode impedir que dispute as eleições de outubro.  A ação, que corre em segredo de justiça, teve duas audiências: dias 4 de junho, com duração de cerca de 8 horas; e a segunda no dia 7, essa mais curta, com cerca de duas horas, onde foram ouvidas as testemunhas que não puderam participar da primeira sesssão.


Reflexos 3 Os desentendimentos entre Dentinho e a colega de Câmara de Vereadores não são recentes e se agravaram no final de junho de 2022, como mostrou o Camaçari Agora (Confira)#mce_temp_url#. Apesar da gravidade das denúncias, caso terminou sendo esfriado pela mesa diretora da Câmara de Vereadores, na época presidida pelo governista Ednaldo Borges, como registrou o Camaçarico (Confira).#mce_temp_url# Omissão também terminou gerando desgaste na imagem de outras mulheres com e sem mandato parlamentar e intensa atuação política no município, como registrou Adelmo Borges  na sua coluna “A vez de Matildes” (Confira).#mce_temp_url# 


Negação A paralização do processo de distribuição dos cerca de R$ 2,6 milhões em recursos federais da Lei Paulo Gustavo (LPG) para investimentos em editais de fomento à cultura em Camaçari virou um problemão para os fazedores de cultura do município.


Negação 2 Com a suspensão por decisão liminar do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que segundo os autores da ação, visou barrar um esquema de distribuição de verbas para protegidos políticos do grupo governista, se transformou numa dose exagerada e acabou por condenar toda a produção cultural do município. O resultado é que cerca de 120 fazedores de cultura que tiveram seus projetos aprovados ficaram sem os recursos.


Negação 3 Numa disputa onde os interesses dos grupos políticos antagônicos se misturam com a arte, como acontece com praticamente todo tipo de ação em Camaçari, os bandos de teatro, os grupos musicais, os mestres e mestras, os projetos de dança e outras vertentes fundamentais para o fortalecimento e preservação da cultural local, que precisam ficar vivos, experimentam o veneno que não é para eles.


Negação 4 Dose do veneno pode ser fatal, caso a Justiça determine a anulação de todo o processo. Aí literalmente ´dançou` o repasse desses R$ 2,6 milhões em projetos para este ano. Reflexo pode ser ainda maior com a suspensão ou dificuldades para liberação de recursos federais para Camaçari na área da cultura em 2025.


Relógio O cargo de vice na chapa do petista Luiz Caetano segue em aberto e só deve ser anunciado em meados de julho. Prazo é necessário para que seja absorvido pela base. A Coluna também apurou que a convenção deve acontecer até, no máximo, final de julho, para que toda a burocracia da Justiça Eleitoral seja cumprida já nos primeiros dias de agosto, com início da propaganda oficial dos candidatos a vereador com número, CNPJ e todos os detalhes legais em meados de agosto.  


Relógio 2 Apuração da Coluna mostra que da lista postada na Coluna de 13 de maio (Confira), apenas os nomes das educadoras Adriana Marcele e Estelita de Cristo, e da pastora Anita seguem com chances, o que não descarta o surgimento de um nome novo.


Relógio 3  Pesquisas sobre o perfil ideal para a missão de ´02` na chapa oposicionista sinalizam uma vice mulher, com inserção na classe média, no segmento empresarial e possibilidades de conquista de espaços entre o eleitorado evangélico.


Relógio 4 Essas seriam as lacunas que Caetano precisa preencher para fortalecer sua chapa, já que o seu partido e legendas aliadas contam com apoio histórico nos segmentos populares de mulheres, na luta antirracista e contra a discriminação de todas as minorias.


Relógio 5 Mesmo com esses parâmetros, o nome pode ser de um homem e até surpreender com a entrada de um novo partido na frente caetanista, hoje alojado na base elinaldista. 


Calibre Camaçari registrou em maio o que pode ser o mais baixo número de assassinatos para o mesmo mês nos últimos 9 anos. Número apurado com base em informações postadas na imprensa mostram 12 crimes violentos letais intencionais (CVLI). No mesmo mês de 2023 foram 25 registros; em 2022 (19), em 2021 (20), em 2020 (21), em 2019 (16), em 2018 (18). Apuração da Coluna fecha com os 18 registros de assassinatos em maio de 2017.


Calibre 2 Essa conta pode ser maior, já que a apuração feita pela imprensa local não tem batido com os dados oficiais divulgados com largo atraso pela secretaria de segurança pública (SSP-BA). Dúvidas sobre maio se reforçam com os números referentes ao período janeiro/abril deste ano, divulgados no site da SSP no dia 29 de maio.


Calibre 3 Enquanto que a apuração feita pela Coluna, com base em informações sobre assassinatos divulgados por veículos da imprensa de Camaçari, somou 45 registros entre janeiro e abril deste ano, os números oficiais da SSP mostram uma diferença para mais, com 26 registros, somando portanto 71 crimes violentos letais intencionais. Na comparação em termos percentuais entre os números apurados pela imprensa e os oficiais da SSP a distância para mais é superior a 50%.


Calibre 4 No detalhamento, os números apurados pela imprensa em janeiro mostram 8 registros, enquanto que a SSP contou 13, portanto 5 a mais. O mês de fevereiro em Camaçari bateu recorde com 9 assassinatos contados de forma extraoficial contra 18 registros oficiais, o dobro do divulgado pela imprensa. No mês de março o placar foi de 14 X 22, 8 a mais que as apurações divulgadas pela imprensa. Em abril, a SSP informou 18 assassinatos, 4 a mais que as contas da imprensa que apurou no período 14 mortes violentas em Camaçari. 


Calibre 5 Com essa correção nos números, o período janeiro/maio de 2024, com seus 71 assassinatos, 26 a mais que os 45 apurados de forma extraoficial pela imprensa, deixa de ser o mais baixo dos últimos 8 anos. Ultrapassa 2023, com 60 assassinatos; o ano de 2021, com 70; e os anos de 2019 e 2018, cada um com 60 registros de assassinatos em Camaçari. Esse começo de ano fica abaixo do mesmos primeiros cinco meses de 2017, com 112 assassinatos; do recordista ano de 2020, com 122 registros; e 2022 com 93 crimes violentos letais intencionais. 


Apagão Será domingo, dia 30, por volta do meio dia, a passagem por Camaçari, do Fogo Simbólico da Independência da Bahia. Estranhamente, a organização da parte da programação do ato, sob a responsabilidade da prefeitura, não conta com a valiosa participação do professor, historiador e pesquisador Diego Copque.


Apagão 2 Mesmo responsável pelos estudos e pesquisas que mostraram a importância da Recôncavo Norte nas lutas contra as tropas portuguesas, com a consequente criação do novo roteiro da passagem da tocha do 2 de Julho, o professor Copque foi ignorado. Só tem sido ouvido pelas organizações dos atos em outros municípios e pela Fundação Gegório de Matos, coordenadora geral de toda a festa da Independência da Bahia que neste 2024 comemora 201 anos.


Apagão 3 Foi a partir das publicações dos livros do professor: “Do Joanes ao Jacuípe – uma História de muitas querelas, tensões e disputas locais” e “A presença do Recôncavo Norte da Bahia na Consolidação da Independência do Brasil”, que os municípios de Camaçari, Mata de São João, Dias D Àvila e Lauro de Freitas passaram a fazer parte dos festejos oficiais que culminam com a grande festa do desfile dos caboclos no 2 de Julho em Salvador.


Apagão 4 Mais uma vez a prefeitura de Camaçari, através da coordenação formada pelas secretarias da cultura (Secult), de governo (Segov), e dos Esportes (Sedel) atesta seu descompromisso com a história e com o professor Copque, principal referência desse importante resgate.


Apagão 5 A Coluna não sabe se os titulares das pastas da Secult, Márcia Tude; da Segov, José Gama: e do atual titular da Sejuv, subsecretário de cultura até o começo de maio, Luciel Neto, leram as 470 páginas dos dois livros que contam a história de Camaçari e sua importância política e econômica desde meados do século 16. Se o fizeram e absorveram as valiosas informações, não deveriam abrir mão da luxuosa colaboração do professor Copque. 


João Leite Filho joaoleite01@gmail.com – Editor


17/06/2024 Fechamento: 10h55


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