Busca:

  Notícia
 
Colunistas Edson Miranda


Edson Miranda é jornalista, publicitário e professor universitário

O Meme humorístico 


A linguagem memética é a linguagem popular por excelência. Ela é um dos motivos pelo final melancólico e meio atordoado, aquele que fica todo mundo querendo entender, dos humoristas profissionais da televisão e dos seus programas televisivos de humor. Programa para quê? Estamos nas redes rindo o tempo todo com esses memes, muitas vezes em tempo real ao fato, acontecimento. Qual ator ou atriz, por mais excelentes que sejam, vão conseguir alcançar a mesma espontaneidade de atores reais, atuando no aqui e agora? Impossível. 


O mais fundamental aqui é o fato do povo, através dessa linguagem, conseguir escarnecer de si mesmo e, o mais importante, da ´autoridade oficial`. Tentar criar um outro mundo para si, buscar escapar do mundo oficial opressor, é o principal objetivo e fundamento do Riso Popular.
Atualmente, o que a autoridade oficial está visando, também, com as tentativas de censura da Internet, é essa linguagem, é o meme que, como num Carnaval permanente, coloca tudo de cabeça para baixo, a qualquer momento, sem a necessidade da oficialidade determinar uma data e um roteiro para sua manifestação. 


O "rei está nu", novamente, dessa vez, não apenas no período Carnavalesco, mas o tempo todo e a qualquer hora do dia ou da noite. Essa carnavalização do mundo oficial, sério e pomposo, esse aparente caos, é o que o mundo da autoridade oficial menos suporta. Na verdade, ela odeia ser retratada no meme, particularmente, no grotesco, no hiperbólico,  " no exagerado" ou " de forma exagerada". 


Entretanto, essa linguagem e essa liberdade de comunicação nesse formato, ainda são importantes para o processo de emancipação popular. É, principalmente,  através do riso que o popular se expressa e se manifesta genuinamente. O riso é o mais importante patrimônio cultural de um povo. É ele que devemos lutar para preservar a qualquer custo. Custe o que custar!
Qualquer projeto político que se queira emancipador, popular, deve colocar o Riso no centro do seu programa. Do contrário, não é popular, apenas finge.


Nesse atual mundo do meme, podemos enxergar redivivos um Rabelais, um Bakthin,  novamente exaltados pelo grotesco que se ( re)anima, no proscênio desse teatro popular contemporâneo. Agora não só nas ruas, como no passado, mas, com muito mais frequência, nas redes. 


São Gargântua e Pantagruel que estão de volta no meio da debochada expressão popular.  A autoridade oficial finge conviver, gostar do riso popular, cuja expressão principal está na paródia grotesca, na sátira, no deboche, no escárnio, mas, ela, a autoridade, odeia o riso do povo, como já nos alertaram Rabelais e Bakthin, e sempre vão querer controlar sua aparição: decretar quando, onde, como e o porquê, para, daí então, começar a se manifestar.


Do outro lado, o povo sempre tensiona e diz: - engasgado é que eu não morro!!!
Eh, Brasil doido Eh, Brasil que adora não perder a piada nem o riso.


Viva o riso, bálsamo que aplaca os males do corpo e da alma, principal patrimônio do povo brasileiro!


Edson Miranda mbedson@gmail.com é jornalista, professor universitário e escreve no blog do Miranda 


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor

20/04/2024

Mais Notícias

Mais uma chinesa se prepara para entrar no mercado brasileiro
Colunistas José Carlos Teixeira
Colunistas Luiz Roberto Sobral Sibié
Filas e poucas ficham obrigam TRE a ampliar serviço em Camaçari
Brasil fecha março com 8,6 milhões de pessoas sem ocupação
Bahia cria 12 mil dos 244 mil postos com carteira em março no país
PMs acusados de matar o garoto Joel vão a júri 13 anos depois
Coluna Camaçarico 29 de abril 2024
Anatel amplia o cerco às ligações abusivas realizadas por empresas de telesserviços
CNC apoia taxação de sites de compras internacionais como Shein e Shopee


inicio   |   quem somos   |   gente   |   cordel   |   política e políticos   |   entrevista   |   eventos & agenda cultural   |   colunistas   |   fale conosco

©2024 Todos Direitos Reservados - Camaçari Agora - Desenvolvimento: EL