Movimento A decisão do Juiz César Borges, de afastar a secretária de desenvolvimento urbano e meio ambiente de Camaçari, Juliana Paes (Confira), comprova a aposta errada do alcaide de Camaçari. Ao ignorar a voz das ruas e insistir na manutenção da doutora, o demista menosprezou a tempestade que se formava na antessala do seu governo.
Movimento 2 Sem adotar as medidas necessárias, como o afastamento e a instalação de processo de investigação da titular da Sedur, Elinaldo começa seu 2º ano de gestão sem exibir sinais claros de que pretende virar o jogo.
Movimento 3 O alcaide sequer, como declarou ao Camaçarico, ouviu o subsecretário da Sedur, José Matos. Mesmo sendo um dos acusadores da doutora Juliana, na ação do Ministério Público, o ex-vereador segue intocável, ameaçador e alimentando a tempestade, como deixou claro seu herdeiro político, o vereador Flávio Matos (DEM).
Movimento 4 Com quase toda a Câmara de Vereadores ‘sub judice’ (Confira) e linchada pela população, nas ruas e redes sociais, o Legislativo virou outro problema para o alcaide. Sem o presidente e aliado, o tucano Oziel Araújo, também afastado do cargo por acusação de crime contra o erário público, Elinaldo fica ainda mais fragilizado. Independente de nova decisão superior da Justiça, reintroduzindo a secretária no cargo, e o aliado Oziel novamente no comando da Câmara de Vereadores, a tempestade já se instalou e fez estragos.
Movimento 5 Desgaste não é novo, mas vinha sendo administrado, mesmo com prejuízo para a gestão. Expectativa de grandes obras e serviços já não surtem mais o mesmo efeito do passado. Conectado, o eleitor quer mais, aprendeu a identificar e reclamar com força. Agora exibe fome de obras com gastos justos e justiça para quem desrespeita essas regras antes nunca respeitadas, mas plantadas como enfeite na Constituição.
Movimento 6 Ao virar ‘pai’ de filhos gerados por seus aliados residentes fora e dentro de Camaçari, como é o caso da doutora Juliana, da titular da pasta da educação, com sua ONG a tiracolo, e de outros adotados e protegidos, Elinaldo reforça a sensação de que seu governo virou uma creche.
Movimento 7 Muito mais que manter esses rebentos vivos e saudáveis, alcaide deveria incluí-los num programa de adoção com responsabilidade e reciprocidade com a cidade que lhes garante a tão importante e confortável sobrevivência. Programa não exclusivo para os ‘de fora’. Também se aplica a muitos filhos da terra que nada ou muito pouco contribuem.
Movimento 8 Longe do discurso xenófobo da oposição, que nos tempos de poder também adotou filhos alheios e causadores de boa parte da nossa herança de políticas públicas nefastas, Camaçari exige ações enérgicas do seu gestor.
Movimento 9 Ao derrotar o petista Caetano e todos os seus adversários, alguns convertidos em aliados num 2º momento, como o seu vice-prefeito Tude (MDB), Elinaldo representava a vontade de mudar, de fazer diferente, de respeitar as diferenças e de construir um governo para a maioria.
Movimento 10 Enquanto as ‘doutoras julianas’ aumentam os estragos, os prazos para as reformas e seus resultados práticos ficam curtos e politicamente apertados. Governar com portas e janelas fechadas não apenas sinaliza insegurança. Atrai novas tempestades, principalmente as movimentadas pelos aliados acostumados com a velha política de manter Camaçari como a grande creche do poder.
Movimento 11 Se quiser, o alcaide pode aproveitar o furacão para limpar a casa. Também pode iniciar a contagem regressiva dos 1.038 dias que faltam para o 31 de dezembro de 2020.
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João Leite - joaoleite01@gmail.com (Editor)
27/2/2018