O poder
Aguardando o início dos atendimentos, as atendentes recolhem as requisições dos pacientes, separa os exames e as consultas ambulatoriais, organizam, por ordem de chegada enquanto os profissionais não chegam. Quase todos os pacientes matam o tempo se atualizando pelas telas de smartphones, uns lendo as principais notícias do Brasil e do mundo, outros nas redes sociais, acompanham as fofocas nos grupos de amigos e familiares.
Aproxima-se dois amigos, colegas do período estudantil, de longos debates no diretório acadêmico. Uma saudação calorosa altera a sonoridade da sala de espera. Preocupados com o clima político do país, em uma quadro de disputa hegemônica entre os sentimentos conservadores e os progressistas expresso nos poderes da república brasileira, determinando um estágio de divergências entre os princípios em relação ao capital financeiro e industrial e as forças humana de trabalho e produção, busca-se a reflexão para atualizar a memória e absorver contribuições de quem a muitos anos vem militando no campo das ideias.
O confronto polarizado entre as correntes ideológicas entra numa fase em que a prerrogativa dos poderes constituídos, pilares da democracia, sofrem desgastes junto à sociedade de maneira incompreensíveis e irreparáveis, em função da depreciação exibida em ataques continuados entre as partes.
No último 30 de junho, o Instituto Datafolha publicou um levantamento onde mostra que 58% dos entrevistados afirmaram ter vergonha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo índice registrado para os deputados federais. Em relação aos senadores, o percentual foi de 59%. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é motivo de vergonha para 56% da população, enquanto 40% disseram ter orgulho do petista.
Esses dados refletem o distanciamento dos anseios da população em pautar suas questões essenciais para um congresso nacional que prima em defesa dos seus interesses pessoas, defesas dos capitais financeiro, industrial e agronegócio, assim como emendas e fundos políticos como elemento de manobra para garantir relacionamento escusos com suas bases de apoiadores, em detrimento a pautas de desvinculação do salário mínimo das aposentadorias, pensões e benefícios continuados, redução das verbas sociais para a saúde, educação, bolsa família, moradias subsidiadas e agricultura familiar etc.
Sabe-se que os poderes da república, executivo, legislativo e judiciário, não é constituído com padres e freiras, nem santos canonizados, no entanto há de se reconhecer uma série de equívocos e erros que possa ter cometido. No entanto, a arte da política de negociação e o encontro de soluções que priorize os interesses nacionais deve ser uma prática a ser preservada. Ao contrário. Afastar-se dessa prática proporcionará danos irreparáveis ao conjunto da sociedade.
Que DEUS e os Orixás nos protejam e iluminem as autoridades constituídas
Adelmo Borges dos Santos adelmook@gmail.com
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4/julho/2025