Pesquisa realizada pelo Instituto Ethos e pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) mostra que o mundo corporativo no Brasil segue sendo liderado por homens brancos, sem deficiência e heterossexuais. Estudo nas 1.100 maiores organizações brasileiras mostra que a representatividade de mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e das pessoas LGBTI+ nas principais empresas brasileiras continua muito baixa.
Apesar de ocupar mais da metade das vagas na base da hierarquia de uma empresa, pessoas negras ainda não ocupam nem 40% do primeiro degrau de gestão (coordenador). Quando a cadeira fica no conselho de administração, o porcentual despenca para menos de 6%. As estatísticas são praticamente iguais no retrato sobre gênero. As mulheres, porém, já ocupam 18,6% dos assentos em conselhos de administração. Enquanto mulheres brancas ocupam 23,5% dos cargos executivos, mulheres negras estão em apenas 3,4% deles.
O estudo mostra que os brancos lideram em todas as posições de destaque numa organização, desde o conselho de administração, quadro executivo, diretoria e gerência, até funções iniciais como estagiários. A maior diferença está no topo com a distribuição nos conselhos de administração. Os brancos ocupam 93,8% das posições, os pretos 5.9%, e os índios e amarelos 0,2%. Nos quadros executivo e diretoria a relação cai para 84% (brancos), 13% (negros), 2,2% amarelos e 0,2% indígena. Os pretos só superam os brancos nas funções de aprendizes, quadro funcional e treinees.