Relatório “Igualdade Climática: um Planeta para os 99%”, realizado pela organização não governamental e sem fins lucrativos Oxfam International mostra que o 1% mais rico da população mundial, o equivalente a 77 milhões de pessoas, foi responsável por 16% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa, em 2019.
O estudo mostra que os super-ricos têm muitos investimentos em indústrias poluentes e seus estilos de vida resultam em grandes emissões de CO2, impulsionando, assim, o aquecimento global.
Esse valor equivale a mesma quantidade emitida pelos 66% ou dois terços mais pobres da humanidade, que somam 5 bilhões de pessoas. Ainda de acordo com o documento divulgado na segunda-feira (20), as emissões globais anuais do 1% mais rico da população anulam, todos os anos, a economia de carbono de quase um milhão de turbinas eólicas terrestres.
Previsão é de que em 2030 apenas as emissões desta pequena parcela da população mundial deverá ser 22 vezes superior ao limite seguro de emissões permitidas para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, meta estabelecida no Acordo de Paris.
“É inaceitável que o 1% mais rico continue liderando o mundo ladeira abaixo para um colapso planetário. E quem vem sofrendo o impacto dos danos dessa viagem é a maioria da população. São as bilhões de pessoas impactadas por enchentes, secas, perdas de território, aquecimento e baixa de temperatura desproporcional, problemas de saúde e pobreza”, afirmou Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
O relatório da Oxfam foi elaborado com dados do Stockholm Environment Institute – SEI (Instituto Ambiental de Estocolmo) e avalia os dados nacionais de emissões de consumo para 196 países de 1990 a 2019, do Global Carbon Atlas (Atlas Global de Carbono), que cobre quase 99% das emissões globais.
O documento é publicado às vésperas da Cúpula Climática da ONU, a COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano. Um dos temas centrais da COP 28 é a necessidade de manter a meta de aumento de 1,5°C na temperatura global para evitar um colapso climático.