Voo A titular da pasta do desenvolvimento urbano e meio ambiente de Camaçari (Sedur), Andrea Montenegro, segue seu projeto de gestão que parece indicar a construção de um telhado sem paredes ou qualquer sustentação vertical. O mais novo reforço nessa estranha engenharia, que tem o ´crea` do alcaide Elinaldo, aparece com a licitação para contratação de empresa especializada para a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano ( PDDU), Código Urbanístico e Ambiental e do Código de Obras de Camaçari.
Voo 2 Edital, datado de 7 de março e divulgado discretamente na página de licitações do site da prefeitura, sequer foi fruto de consulta e discussão com os conselhos municipais de meio ambiente (Comam) e das cidades (Concidade), como manda a lei.
Voo 3 Ao preço de R$ 8.5 milhões, o trabalho cria critérios estranhos. Segundo fontes ouvidas pela Coluna, além de anormal no processo de montagem desse tipo de seleção de empresa qualificada para os trabalhos, exigências sinalizam para o caminho perigoso e ilegal do direcionamento da licitação.
Voo 4 Chama a atenção a exigência de contratação de geógrafo ou geólogo especialista em exploração de águas subterrâneas profundas, quando o PDDU e os códigos municipais não tratam desse assunto. Os recursos hídricos são de responsabilidade do estado e da União.
Voo 5 Confusão segue com a formação da comissão executiva encarregada da formulação e coordenação dos trabalhos, onde figuram nomes que sequer estão na prefeitura, como a ex-secretaria da Sedur, a urbanista Juliana Paes. Quem também integra a comissão, provavelmente contribuindo de outra dimensão, é o arquiteto e ex-secretário da pasta, Genival Seixas, falecido em outubro de 2020.
Voo 6 Colecionando estranhezas, o edital chama a atenção pelo valor de R$ 8,5 milhões, outro sinal que alarmou os especialistas. Dizem que uma cidade com 300 mil habitantes não tem conteúdo que justifique um valor tão alto. Para se ter uma ideia, o PDDU de Salvador, com população 10 vezes maior, quase 500 anos de fundação, e muito mais complexidade histórica e urbana que Camaçari, custou cerca de R$ 7 milhões em 2016.
Voo 7 O edital de revisão do PDDU e dos códigos urbanístico/ambiental e de obras de Camaçari é a última peça de uma estranha estrutura que vem sendo montada desde o começo de 2021. A ausência de interferência da Sedur que permitiu a construção de quiosques da praça da Matriz, em Vila de Abrantes (Confira); o projeto que instituía o loteamento fechado, denunciado pelo Camaçarico (Confira); o projeto de lei que alterava a política ambiental, com a exclusão do conselho de meio ambiente das decisões (Confira). Lista dos grandes equívocos da desses 14 mess da `nova Sedur` segue com o programa Reflora Camaçari, desde dezembro sob a lupa do Ministério Público, como mostrou a Coluna (Confira).
Red Bull A decisão do PT de trocar Wagner por Otto, depois desfazer e buscar outro nome para enfrentar ACM Neto (UB), na disputa pelo governo do estado, tem representado um grande reforço na imagem do ex-alcaide de Camaçari e atual secretário de relações institucionais, Luiz Caetano.
Red Bull 2 Sem nada a perder, apenas a ganhar, o petista que foi até o chão, com a pecha de ficha suja e a consequente perda do mandato de deputado federal em 2018, volta a experimentar dias de glória e voos em grande altitude. Com larga experiência administrativa, fruto de 3 mandatos de prefeito, deputado estadual e federal, Caetano surfa figurando na lista dos quatro nomes (Moema, Sola e Jerônimo), que querem a vaga de candidato a governador.
Red Bull 3 Caso seja sacramentado como candidato, Caetano, independente do resultado das urnas de outubro, sai maior. Não garante apenas votação recorde em Camaçari e a eleição da sua esposa e candidata a deputada federal, a advogada Ivoneide Caetano. Também mexe com a sucessão paroquial de 2024, com ampliação significativa do seu espaço político na cidade que tende a votar no primeiro governador ´filho da terra`.
Red Bull 4 Enquanto o jogo da política não define quem será o nome do PT, Caetano não perde uma onda, nem marolinha, e segue ocupando todo o espaço político possível.
Currículo A decisão do Justiça de Feira de Santana, que acatou pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), de afastamento do odontólogo José Carlos Pitangueira, da direção do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), foi festejada por dezenas de servidores do Hospital Geral de Camaçari (HGC).
Currículo 2 Acusado de assédio moral, o doutor Pitangueiras também tocou terror no nosocômio de Camaçari, quando foi diretor no começo dos anos 1990. As ameaças de transferências, punições com retirada de plantões e apelidos pejorativos, que terminaram provocando adoecimento em servidores do Cleriston Andrade, foi o mesmo modus operandi do ´doutor Pipi`, como era chamado pelos servidores do HGC.
João Leite Filho joaoleite01@gmail.com – Editor
9/3/2022 Fechamento
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