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Brasileiro tem dificuldade de estudar em casa sem internet

O ensino à distância, alternativa  com a suspensão das aulas, por causa da pandemia do novo coronavírus,  enfrenta limitações, principalmente de acesso a tecnologias. Essa distância  entre crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, das classes mais pobres fica clara quando  66% não se conectam à internet em ambientes privados, seja na própria residência ou na de amigos e familiares.


Segundo o levantamento da “TIC Kids Online Brasil 2018”, formulado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), há uma diferença significativa entre as classes sociais. Nas famílias cuja renda é de até um salário mínimo, 73% dos alunos dessa faixa etária não navegam na rede quando estão em casa. A partir de 3 salários mínimos, o índice é de 53%. Esse número é ainda maior na zona rural, onde 82% dos alunos não acessam a internet em ambientes privados.


Casas sem espaço para estudar e sem saneamento básico, fa lta de equipamentos como computadores e notebooks, problemas na conexão à internet,falta de formação dos professores para usar tecnologia na educação e baixos índices de leitura a gravam essa situação.


Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais da ONG Todos Pela Educação, afirma que as desigualdades já existiam, mas estão acentuadas durante a pandemia. “Precisamos buscar estratégias diferentes, porque os cenários variam muito no país. O ensino à distância pode usar a internet para os grupos que têm acesso a ela. Mas outras alternativas devem existir, como aulas pela TV ou distribuição de cadernos impressos de exercício”, diz.


Segundo ele, as atividades não vão substituir as aulas que estariam ocorrendo caso as escolas estivessem abertas, mas contribuirão para diminuir a defasagem de conteúdo e para evitar a evasão. “Os alunos não podem perder o engajamento com a educação. Precisam manter o vínculo com o conteúdo e com os professores”, afirma.


Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018 (Pnad), do IBGE, 17,3% das crianças de 0 a 14 anos moram em residências que não têm acesso à rede geral de abastecimento de água e 40,8%, em locais sem conexão com o sistema de esgoto. Nas casas em que não há internet, as condições de saneamento são ainda piores: 29,3% sem rede de água e 60%, sem a de esgoto.


Outro problema é o adensamento populacional. A Pnad mostra que 15,1% das residências em que há adultos e crianças abrigam seis ou mais pessoas. Em 40%, há mais de três moradores por dormitório.


O equipamento que está mais presente nas residências brasileiras é o televisor (96%). Mesmo entre os mais pobres, das classes D e E, 92% têm o aparelho,  mas apenas 9% com canais pagos da TV fechada. Em segundo lugar, o equipamento mais comum é o celular, presente em 100% dos lares de classe A e em 84% nas camadas D e E. “Não dá para achar que todos os alunos têm um celular à disposição deles. Há casas em que só existe um aparelho, usado pelo pai, por exemplo, que trabalha como motorista de aplicativo. O filho só vai poder acessar a internet à noite, depois do expediente”, afirma Corrêa.


Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2018, que avalia o uso de tecnologias de informação nos domicílios brasileiros, os computadores portáteis continuam concentrados nas famílias mais ricas: na classe A, 90% têm notebook e 49%, tablet. Nas camadas D e E, os índices são de 3% e 4%, respectivamente.

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