O sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) considerou uma agressão e desrespeito à liberdade de expressão e ao trabalho da imprensa a prisão dos jornalistas Hugo Marques (repórter) e Cristiano Mariz (repórter fotográfico).
Os profissionais da revista Veja investigavam a morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, acusado de ser o chefe da milícia carioca Escritório do Crime.
A nota distribuída nesta sexta-feira (14) pede ainda a retratação do governo do estado pela atitude de seus agentes policiais e solicita que cessem os abusos que têm ocorrido no Estado contra o trabalho da imprensa.
Íntegra da nota
Sinjorba lamenta prisão de jornalistas em exercício profissional e exige retratação por parte do EstadoO Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) vem a público manifestar o seu veemente repúdio pela prisão, nesta sexta (14), de dois jornalistas que apuravam as circunstâncias da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, acusado de ser o chefe da Milícia Escritório do Crime, abatido pela Polícia Militar da Bahia, no último domingo (09), em um sítio, em Esplanada (BA).
Eles estavam no município tentando localizar o fazendeiro Leandro Guimarães, que hospedou o ex-PM em sua propriedade. Os dois jornalistas - Hugo Marques (repórter) e Cristiano Mariz (repórter fotográfico), da revista VEJA -, estavam em pleno e livre exercício profissional e se identificaram quando abordados pela viatura da PM-BA.
Porém, mesmo assim, foram conduzidos a uma delegacia e tiveram o gravador de trabalho apreendido, em claro sinal de intimidação a consecução de suas tarefas. A Constituição do Brasil garante a liberdade no trabalho da imprensa. Mais este fato, entretanto, confirma que este preceito magno vem sendo atropelado pelas autoridades de Segurança Pública do país.
Vivemos hoje uma tentativa declarada de governantes constituídos de intimidar o jornalismo e os profissionais que tentam cumprir o papel social de informar os fatos, de forma transparente e responsável, aos cidadãos brasileiros. As circunstâncias da morte do ex-capitão Adriano ainda estão cobertas por um manto de dúvidas e o papel da imprensa é fundamental no acompanhamento das investigações e na divulgação dos fatos reais.
A prisão desmotivada dos dois jornalistas da Veja vai na contramão destes objetivos e deixa, agora, uma suspeita real no ar, a de que há setores que não querem esclarecimento do que realmente aconteceu. O Sinjorba exige da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e do Governo do Estado retratação da atitude de seus agentes policiais e solicita que cessem os abusos que têm ocorrido no Estado contra o trabalho da imprensa.