Quase metade (49%) dos brasileiros que possuem conta bancária sabe dizer exatamente quanto paga em tarifas. Segundo pesquisa do Ibope Inteligência, brasileiro tem média 3,7 contas abertas, sendo que a mais popular é a conta poupança, com 79% de participação, seguida pela conta corrente (78%). O levantamento encomenbdadop pelo C6 Bank ouviu 2.009 pessoas de todo o País.
Se por um lado ter mais de uma conta já não ajuda na hora de calcular quanto se gasta para mantê-las, por outro, as instituições podem criar empecilhos para que o cliente tenha clareza sobre os valores cobrados. “As instituições vão manter isso como letrinhas minúsculas nos contratos”, diz Rogério Nakata, planejador financeiro da Planejar. “Não vai estar estampado e será necessário gastar uns minutos para entender exatamente o que está pagando”.
O Procon orienta os bancos a informarem tarifas e taxas nos contratos e sites de maneira “clara, ostensiva e adequada”, como prevê o Código do Consumidor. Mas nem sempre é o que acontece. Das 7.054 reclamações relacionadas a bancos registradas pelo Procon-SP no primeiro semestre, 2.762 foram sobre cobranças indevidas – o cliente não entendeu por que determinado serviço foi cobrado.
Para Tony Perrela, analista do Ibope responsável pela pesquisa, a surpresa foi a quantidade de pessoas que dizem saber exatamente quanto pagam de taxas. “Imagino que o movimento de novos bancos e fintechs que batem na tecla da isenção de tarifas leve clientes de bancos tradicionais a ficarem mais atentos a essas cobranças”, diz.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que reserva em seu site um espaço para que bancos divulguem suas taxas, afirma que tem como compromisso a adequação de tarifas ao uso do cliente. “É o que a gente chama de suitability: o banco deve oferecer pacotes de serviços que evitem que o cliente pague por algo que não usa e tenha gastos extras com operações que faz com mais frequência”, diz Amaury Oliva, diretor de Autorregulação da Febraban. Estadão