A avaliação do governo Jair Bolsonaro (PSL) apresenta forte oscilação entre as pessoas que seguem o presidente em redes sociais e as que utilizam esses serviços mas não o seguem, de acordo com pesquisa Datafolha. Quando foram pesquisados apenas os entrevistados que seguem o presidente em redes sociais (Twitter, Facebook e Instagram), a aprovação (ótimo/bom) dele salta para 62%. Entre os usuários das redes que não acompanham os perfis de Bolsonaro, a taxa de ótimo/bom é de 23%. Entre a população em geral, 32% dizem que o governo até agora é ótimo/bom, 33%, regular, e 30%, ruim/péssimo.
Os usuários de redes sociais, incluindo também o WhatsApp, somam 71% dos entrevistados e os que seguem Bolsonaro são 16% do total, de acordo com o instituto. Entre a população em geral, a nota média dada ao governo até agora é 5,4, e sobe para 7 quando considerados apenas os seguidores do presidente. Os usuários de redes sociais que não o seguem dão nota média de 4,6.
A avaliação mais crítica dos não seguidores registrada na pesquisa também se repete em questionamentos sobre o preparo, a inteligência e a quantidade de trabalho desenvolvida pelo presidente nos primeiros meses no cargo.
Bolsonaro tem 10,8 milhões de seguidores no Facebook, 3,95 milhões no Twitter e 11,3 milhões no Instagram, números que ele ampliou desde a vitória na eleição de 2018.
Além de entrevistados com escolaridade de nível superior, há uma tendência de mais seguidores entre homens e jovens de 16 a 24 anos. No recorte regional, os índices sobem no Sul do país.
A aprovação de Bolsonaro entre usuários de redes no geral tende a ser parecida com a da população como um todo, ainda de acordo com a pesquisa. A taxa de ótimo/bom vai de 32% entre todos os entrevistados para 34% entre usuários desses serviços, que incluem os do WhatsApp —variação dentro da margem de erro.
O levantamento mostrou que uma faixa da população com tendência a apoiar mais o presidente utiliza pouco esses meios: os idosos com mais de 60 anos. Esse grupo representa 19% do total pesquisado, mas soma apenas 9% dos usuários das redes e aplicativos.
O instituto também questionou os entrevistados sobre a confiança que têm em notícias na imprensa profissional e nas redes sociais. Disseram que são confiáveis todas as notícias na imprensa profissional 5% dos entrevistados. Outros 17% acham a maioria das notícias confiáveis, enquanto 61% consideram algumas das notícias. Folha de São Paulo
Em relação às redes sociais, 2% responderam que todas as notícias são confiáveis, 8% disseram que a maioria é confiável e 63% afirmaram que algumas notícias são confiáveis.
A pesquisa Datafolha foi produzida entre os dias 2 e 3 de agosto e ouviu 2.086 entrevistados em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Folha de São Paulo