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Crise com a Venezuela faz Brasil reduzir exportações


As relações entre Brasil e Venezuela no campo diplomático, que chegaram ao momento mais tenso nos últimos dias com o fechamento da fronteira entre os dois países, também experimentaram um forte recuo no plano comercial nos últimos dez anos. A Venezuela, que em 2008, durante o governo do ex-presidente  Lula da Silva, estava entre os dez principais compradores de produtos brasileiros, com importações de US$ 5,13 bilhões, hoje registra US$ 576,94 milhões, 88,7% menos que a  8 anos atrás. Volume representa apenas 1,64% de tudo o que o Brasil vendeu na América do Sul no ano passado.


O resultado coloca a Venezuela na 51ª posição no ranking dos países importadores de produtos brasileiros. Na América do Sul, está à frente do Suriname (123ª).


Em 2018, os produtos básicos responderam por 42,1% de tudo o que o Brasil exportou para a Venezuela. A principal compra foi de arroz em grãos, seguida por açúcar e soja.


As importações de produtos venezuelanos pelo Brasil também caíram, mas numa proporção menor. Elas somaram US$ 538,75 milhões em 2008 e, no ano passado, US$ 170,88 milhões.


As balança do comércio com a Venezuela sempre foi favorável ao Brasil, ou seja, nossas exportações sempre superaram as importações de produtos venezuelanos. Entre 2008 e 2018, a maior importação pelo Brasil aconteceu em 2011 (US$ 1,27 bilhão).


O período de maior aproximação política e comercial entre Brasil e Venezuela se deu durante os governos petistas, dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Foi nesse período, por exemplo, que foram fechados cinco dos seis contratos de exportação de produtos brasileiros para a Venezuela financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – o outro foi assinado durante o governo Fenando Henrique Cardoso.


Os seis contratos, com valor total de US$ 2,436 bilhões, se referem a construções de metrô, siderúrgica e estaleiro na Venezuela, tocadas por empreiteiras brasileiras (Odebrecht e Andrade Gutierrez). Dois deles já foram liquidados e quatro ainda estão ativos.


Essas exportações foram feitas dentro do chamado Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR), o que significa que as operações tiveram o governo brasileiro como fiador.


Em 2017, já durante a presidência de Michel Temer, o Banco Central do Brasil suspendeu a garantia dada a empresas brasileiras nas exportações de bens e serviços à Venezuela dentro do CCR. A decisão ocorreu pouco depois de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai darem início a um processo de expulsão da Venezuela do Mercosul.


No final daquele mesmo ano, Nicolás Maduro deixou de pagar parcela desse financiamento e o governo brasileiro precisou usar recursos públicos para cobrir a dívida com o BNDES e outros bancos. Hoje o país deve ao BNDES US$ 710 milhões e está com parcelas em atraso que totalizam US$ 126 milhões, incluindo juros. 


O petróleo representa 96% de tudo o que a Venezuela exporta. Até 2014, o governo venezuelano, que controla a exploração, foi beneficiado pela valorização do produto, que permitiu inclusive o financiamento de obras e projetos. Naquele ano, porém, o preço do barril no mercado internacional despencou.


A queda foi de 60% apenas entre junho de 2014 e janeiro de 2015, reflexo da demanda menor que a esperada na Europa e na Ásia, entre outros fatores. A Venezuela, portanto, passou a receber menos dinheiro pelo produto.


Além disso, a produção de petróleo no país caiu fortemente devido, em parte, à falta de recursos disponíveis para investimentos. Em 1999, a Venezuela produzia 3 milhões de barris por dia. No final do ano passado, eram cerca de 1,5 milhão, o volume mais baixo em 33 anos. G1

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