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Secretário de Moro mira o tráfico comandado por colarinho branco


O general da reserva Guilherme Theophilo vai chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública

O general da reserva Guilherme ​Theophilo, futuro secretário de segurança pública do Ministério da Justiça, afirma que uma de suas prioridades será identificar "gente do colarinho branco" envolvida no tráfico de drogas. Em entrevista ao jornal Folha de São paulo,  militar afirma que hoje o mercado de entorpecentes tem a participação de políticos, juízes e até militares. "Nós temos de pegar quem está usando o crime organizado para se eleger", disse.


Contrário à intervenção federal no Rio de Janeiro, ele informou que se reunirá na semana que vem com o general Braga Netto para discutir a desmobilização do efetivo militar. "Acredito que no dia 31 de dezembro esse processo termine. 


Confira abaixo trechos da entrevista:


O presidente eleito fez algum pedido ao senhor?
Guilherme Theophilo - Ele me ligou convidando [para o cargo]. Sou da mesma turma do Bolsonaro e fomos paraquedistas juntos. Temos a vida toda, até o momento que ele saiu do Exército, de companheirismo. Ele me perguntou se eu aceitaria e eu disse que aceitava. Eu quero que esse governo dê certo e vou colaborar com o presidente eleito, que é um amigo.


Já elencou qual será a prioridade na segurança pública?
Nós temos de ter um tripé na segurança pública que se baseia em inteligência integrada com países vizinhos, tecnologia de ponta e a melhora da fiscalização de fronteiras, portos e aeroportos, nos pontos de entrada e saída de nosso país.


O senhor já disse que é contra a intervenção federal. Sem ela, como combater a criminalidade no Rio de Janeiro?


Eu acho que reforçando a segurança pública com o melhor treinamento das forças policiais e investimento na tecnologia. A gente tem de matar as facções criminosas por inanição, tirando delas a droga, que é o que as mantém em rotatividade. E não é só pegar o traficante, é pegar o colarinho branco. Tenho certeza que, com o ministro Sergio Moro, vamos pegar o alto escalão que coordena, que são os grandes barões da droga. 


O mercado das drogas tem envolvimento de políticos?


Eu acho que tem envolvimento de gente grande, gente do colarinho branco. Com certeza temos políticos, juízes e militares, tanto das forças auxiliares como das Forças Armadas. Então, a sociedade está contaminada. Nós temos de prender essas pessoas que dominam, que são os mais inteligentes. Nós temos de acabar com o traficante comandando de dentro dos presídios.


É favorável que os presos de alta periculosidade tenham suas conversas monitoradas, inclusive com seus advogados? 


Com toda certeza, dentro do parlatório. Não tenho dúvida que isso é algo básico.


O colarinho branco envolvido na criminalidade pública será um dos focos do senhor? 


Sim, eu vi municípios no interior do Ceará que quem domina é o traficante. O ídolo do município é o traficante. Porque ele defende que ninguém entre lá. Se roubam uma moto, ele descobre e faz justiça com as próprias mãos. E participaram da campanha eleitoral, elegendo políticos. Então, nós temos de pegar quem está usando o crime organizado para se eleger.


A intervenção no Rio de Janeiro deve ser revogada já a partir da posse do novo presidente?


Sim, desde o início, ainda membro do alto comando do Exército, fui contra. Em oito meses, não se vai resolver o problema no Rio de Janeiro, que foi o prazo da intervenção. Tem de passar por uma reestruturação completa da segurança pública. Havia interesse político de não votar a reforma previdenciária.


Não acha que uma saída abrupta pode ser explorada por organizações criminosas?
Eu acredito que o planejamento do general Braga Netto já está prevendo uma desmobilização gradual, como o ocorrido no Haiti. 


Em quantos meses deve ser feita a desmobilização?
Já estão trabalhando nisso e diminuindo as operações. Acredito que no dia 31 de dezembro esse processo termine. E, no dia 1º de janeiro, seja entregue a chave aos órgãos de segurança pública.


O senhor discutirá o tema com o interventor federal?
Eu marquei uma reunião com ele no dia 13 de dezembro no Rio de Janeiro.


O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, defendeu o abate de indivíduos portando armas pesadas. O senhor pensa como ele?
Depende da situação. O indivíduo está com arma pesada em que situação? E se ele, em um confronto, apontar a arma pesada?


Então, só comprovando que seja um criminoso?
Claro, comprovado que o indivíduo seja perigoso e que fará resistência à atividade policial.

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