O ex-presidente Lula da Silva (PT) será interrogado nesta quarta-feira (14), em Curitiba, pela juíza federal Gabriela Hardt, a partir das 14h, no processo da Operação Lava Jato, referente ao sitio em Atibaia (São Paulo). Esta será a primeira vez que o ex-presidente deixará a Superintendência da Polícia Federal (PF), onde está preso desde abril.
É a 3ª vez que Lula será interrogado como réu da Lava Jato, a 1ª foi em 10 maio de 2017, a última foi no dia 13 de setembro. Mas a 1ª como preso e também sem o juiz federal Sérgio Moro, que se afastou dos processos para ser futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente recebeu propina de empresas como a OAS e a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que frequentava com a família. Outras 12 pessoas são rés neste processo. Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio, de acordo com os procuradores do MPF. Segundo a denúncia, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão.
Lula, que cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão pela condenação no caso do triplex em Guarujá (SP), nega as acusações e afirma não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos do ex-presidente. O empresário Fernando Bittar, um dos donos do sítio, responde por lavagem de dinheiro. Interrogado pela Justiça, na segunda-feira (12), Bittar disse que achava que Lula faria o pagamento das obras na propriedade. O pecuarista José Carlos Bumlai, que é amigo de Lula e réu por lavagem de dinheiro nesta ação penal, também será interrogado nesta quarta-feira.
Os interrogatórios, que começaram na semana passada, estão sendo comandados pela juíza federal Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. Gabriela Hardt começou a trabalhar com Moro em 2014 e, desde então, já o substitutiu em audiências. Moro era o juiz federal responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, porém, ao aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para ser ministro da Justiça, se afastou do cargo.