Números O ex-prefeito José Tude (DEM) foi o grande derrotado das eleições 2018. Mesmo com o currículo de gestor municipal por 3 mandatos, Tude perde pela 2ª vez consecutiva a disputa para deputado estadual. Com pouco mais de 28 mil votos na soma geral, o demista ficou longe dos votos do eleito para a última vaga da sua coligação.
Números 2 Resultado que exibe um fraquíssimo desempenho em Camaçari, sua principal base eleitoral, mostra de forma clara que o tempo do ex-alcaide já passou. Esses sinais não são recentes. Ficaram claros, mais recentemente, no pleito para prefeito em 2016, quando por total falta de potencial para levar a disputa adiante, marchou com Elinaldo para a vitória sobre o petista Caetano. Nas eleições de 2014, também na tentativa de garantir uma vaga na Assembleia Legislativa, Tude somou 14.456 votos no município, de um total no estado de pouco mais de 22 mil. Os 17.845 votos neste pleito não só indicam o caminho do pijama para Tude, que aos 72 anos não pode esperar muita coisa, além de cumprir os 2 anos restantes como vice-prefeito.
Números 3 Votação pífia para quem teve a máquina municipal nas mãos acende a luz amarela para o alcaide Antonio Elinaldo (DEM) que também sai arranhado dessas eleições. Mesmo sabendo das dificuldades que o ex-prefeito enfrentava dentro e fora do município, e o tamanho da votação necessária para conquistar uma das 63 cadeiras do Legislativo Estadual, na faixa dos 50 mil, como citou recentemente a Coluna, Elinaldo imaginava e precisava assegurar para Tude cerca de 25 a 30 mil votos em Camaçari. Com esse número cumpria sua parte do acordo.
Números 4 Ao lado de Tude, Paulo Azi, com desempenho local vexatório, completa o quadro desolador que mostra necessidade do alcaide Elinaldo de ajustar seu governo, se quiser disputar com chances a reeleição em 2020. O caso Paulo Azi, que mesmo reeleito deputado federal, não deixou dúvidas sobre uma campanha com graves problemas de coordenação. Em 2014, com Elinaldo vereador oposicionista e fora do poder, Azi somou em Camaçari 7.656 votos. Agora, com o aliado na cadeira de prefeito e toda a máquina ao seu dispor, Azi reuniu exatos 471 apoios a menos, ficando com 7.185 votos.
Números 5 No mesmo figurino de aperto definido pelo eleitorado que sinalizou mudança, o também 3 vezes alcaide do município e deputado federal Luiz Caetano (PT) não apresentou um bom resultado e permaneceu praticamente do mesmo tamanho. Mesmo com redução na sua votação geral no estado, onde se reelegeu com 123.066 votos, pouco mais de 2 mil apoios a menos que os 125 mil obtidos em 2014, Caetano registrou um leve crescimento no seu eleitorado em Camaçari. Oscilando nesse patamar dos 30% do eleitorado do município, Caetano passou dos 36.084 votos em 2014 para 39.616 nestas eleições. Expectativa dos aliados do petista era ir além dos 44 mil apoios que obteve na disputa para prefeito em 2016, quando foi derrotado pelo atual alcaide por uma diferença de pouco mais de 29 mil votos.
Números 6 O deputado Bira Coroa (PT) é outro que sai dessas eleições ferido. Mesmo crescendo sua votação de pouco mais de 39 mil em 2014, para 43.497 neste 7 de outubro, Bira fica fora das 63 vagas na Assembleia Legislativa. Em Camaçari também registou um modesto avanço. Passou dos 4.418 votos de 2014 para 5.182 apoios nestas eleições. Com cerca de 3 mil votos distante da suplência, só resta rezar e aguardar os remanejamentos comuns que o governador Rui Costa (reeleito) deve fazer, levando deputados para o 1º escalão do governo, única forma de deixar a suplência e voltar a sentar na cadeira de deputado.
Números 7 Nessa conta de subtrair, a votação para estadual do vereador e também petista Jackson Josué, nome preferencial do ex-prefeito Caetano para a disputa no município, ajudou a afastar Bira da votação mínima para se reeleger. Jackson, que somou 14.360 votos no estado, superou Bira em Camaçari em exatos 4.344 votos. Mesmo sabendo que suas chances de eleição seriam mínimas, Jackson se joga e ganha visibilidade e consequente gordura eleitoral para a disputa de 2020, seja para reeleição ou até para um projeto maior.
Números 8 Outro que não tinha nada a perder, apenas botar seu nome na boca do povo, somar votos de legenda para seu partido, e se aquecer para a reeleição foi Binho do 2 de Julho (PCdoB). O vereador comunista conqusitou 5.064 votos, mais que o dobro dos 2.112 votos somados no pleito para vereador em 2016.
Números 9 Quem entra num quadro complicado é Maurício Bacelar (Podemos). Com 3.796 votos dos 7 mil que somou em todo estado para deputado estadual, o ex-candidato a prefeito, que bateu na trave na disputa com o então petista e hoje de partido, Ademar Delgado, nas eleições de 2012 (48.610 votos x 55.680 votos), mostrou que perdeu capacidade de transferência de votos. Mais grave que a sua esperada não eleição para o Legislativo Estadual, foi a votação obtida pelo seu irmão e chefe do clã politico, João Bacelar.
Números 10 O também filho do ex-vereador Amélio Batista registrou uma queda assustadora no número de apoios nestas eleições em Camaçari. Saiu dos pouco mais de 8 mil votos em 2014 para 1.265 no pleito de domingo (7). Diferente de Maurício, João Bacelar avança no quadro geral e se consolida como liderança no campo governista de Rui Costa. Saltou dos pouco mais de 95 mil votos em 2014 para exatos 147.493 votos nestas eleições para a Câmara Federal.
Números 11 Nessa conta de subtrair que resultou a eleição em Camaçari, município com o 2º maior orçamento do estado e referência em tecnologia com seu polo industrial integrado, o maior da América Latina, mostra que algo está fora da ordem. Muito mais que ficar sem representante na Assembleia Legislativa, elite política local mostra, e o eleitor sinalizou com o voto, que segue se distanciando dos anseios necessários para um município avançar com melhoria da qualidade de vida para sua população.
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João Leite Filho joaoleite01@gmail.com (Editor)
8/9/2018