O ex-ministro das Cidades Mário Negromonte deve reassumir nos próximos dias o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM). Afastado desde fevereiro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por envolvimento em esquema de corrupção, Negromonte disse que “já esperava” a decisão, proferida na sexta-feira (29/6) pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), quesuspendeu a medida cautelar que impunha o afastamento do conselheiro. Mesmo afastado do cargo e sem poder entrar nas dependências do TCM, Negromonte continuou recebendo o salário de R$ 26 mil.
Negromonte é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber R$ 25 milhões em propina para beneficiar empresas do setor de rastreamento de veículos. Negromonte é pai do deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP). A denúncia tem como base a delação premiada do doleiro Alberto Youssef e foi apresentada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. O ex-ministro é réu no Supremo em outro processo, junto com outros políticos do PP.
Negromonte criticou a decisão do STJ de afastá-lo do TCM. “Houve dois equívocos. O afastamento não tinha materialidade, nenhuma prova material, e a Loman [Lei Orgânica da Magistratura Nacional] diz o seguinte: só existe punição se for no exercício do cargo. Isso [fatos denunciados] foi em 2011, eu entrei [no TCM] em 2014”, declarou.