A ausência da senadora Lídice da Mata (PSB) na chapa majoritária que disputará as eleições deste ano foi criticada pelo secretário-geral do partido na Bahia, Domingos Leonelli. Para o dirigente a vaga pleiteada por Lídice será ocupada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Angelo Coronel, contraria a decisão do PT nacional.
O dirigente também criticou o governador Rui Costa (PT) que, segundo leonelli, deixou o senador Otto Alencar, comandante do PSD na Bahia, coordenar o processo. "Nosso principal erro foi não ter negociado direto com o PSD. O governador aceitou a hábil condução do Carlismo de Otto com decisão monocrática [...] o governo revela a intenção de nomear um senador, e não eleger”.
Durante encontro do partido, na noite de terça-feira (19/6), em Salvador, Leonelli considerou um eqiívoco a troca de Lídice por Coronel para uma das duas vagas qdo Senado. “Além de ser uma figura masculina, não tem nenhum significado maior na política. Difícil a gente encontrar aqui um feito do tal Angelo Coronel pela Bahia ou pelo Brasil", disparou.
Leoneli afirmou que lideranças do comando nacional do PT já defenderam publicamente que Lídice não seja alijada do processo aqui na Bahia, reforçando antigo alinhamento ideológico entre PT e PSB. Para ele, a escolha por Coronel significa retrocesso. “Se for um critério ideológico, seria um grande retrocesso a substituição de uma candidatura de esquerda por uma candidatura cuja trajetória não se pode nem caracterizar como direita radical, uma candidatura que não tem nenhum significado ideológico”.
Para além do aspecto ideológico, Leoneli argumentou que se o critério para composição da chapa fosse “meramente eleitoral, a candidatura de Lídice seria a candidatura natural”. Ele justifica que Lídice mantém nas recentes pesquisas o mesmo percentual de intenção de votos que teve quando eleita em 2010. “Coronel tem apenas 3% nessa pesquisa. É uma coisa estranha porque não sabemos os critérios que o governador adotou, está adotando para essa candidatura para ser parceira de Wagner ao Senado Federal”.