Busca:

  Notícia
 
Greve dos caminhoneiros é a maior dos últimos 20 anos


Movimento parecido aconteceu em 1999, durante o governo FHC

A maior greve de caminhoneiros dos últiomos 20 anos obrigou o governo do presidente Temer (MDB) a  negociar e alterar  temporariamente a sua política de preços de combustível. Desde segunda-feira (21), que  cerca de 500 mil caminhoneiros promovem uma série de protestos pelo Brasil e bloquearam trechos de 270 rodovias federais e estaduais para reclamar contra alta de  de 50% no preço do diesel em menos de 1 ano, desde julho de 2017. A ação resultou em desabastecimento de alimentos, inclusive pães na rede McDonald’s e batatas em sacolões, restrição no transporte público de capitais e até de voos domésticos e internacionais que partiriam de seis aeroportos.


Com o Governo sem nada a oferecer de concreto ao grevistas e diante de uma possível ampliação do problema, o presidente da petrolífera, Pedro Parente, foi obrigado a recuar. Anunciou, em entrevista coletiva, que o preço do óleo diesel se reduzirá em 10% nas refinarias pelo período de 15 dias. Isso representa cerca de R$ 0,20 centavos por litro como um gesto de "boa vontade". "São 15 dias para que o Governo converse com os caminhoneiros." Ele rejeitou ter sofrido pressões. Disse apenas que a estatal fez uma análise "realista" do cenário.


Apesar da alteração, não há garantia de que os protestos serão suspensos. O pleito inicial dos manifestantes era de que, por meio da isenção de tributos, a diminuição do preço fosse de R$ 0,60 a R$ 0,80. Temer chegou a pedir uma trégua “de dois ou três dias” aos caminhoneiros para que se chegassem a um consenso sobre o assunto.


Desde que temer assumiu a presidência da República, em maio de 2016, ele determinou que Petrobras teria autonomia para definir os preços dos combustíveis, um contraste com a criticada política de controle tarifário do Governo Dilma Rousseff. A partir de então, por ordem de Pedro Parente, a companhia decidiu seguir a oscilação internacional do preço do barril de petróleo, num cenário de recuperação do preço das matérias primas em geral e de instabilidade nos países produtores, como Irã e Venezuela, e, consecutivamente do dólar. 


A mudança não atinge outros combustíveis como gasolina e etanol nem o GLP, conhecido como gás de cozinha. Na última semana, a gasolina sofreu 4 reajustes consecutivos e o diesel, 2 aumentos. Em cidades como Recife (PE), a gasolina chegou nesta quarta-feira ao valor de R$ 9,00 por litro. O alto preço do combustível na cidade pernambucana se deve ao quase desabastecimento de postos porque os caminhões tanques acabaram sendo impedidos de circular por algumas rodovias. 


Segundo dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), cidades dos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e o Distrito Federal também registraram baixos estoques nas bombas. Ao menos seis aeroportos brasileiros (São Paulo, Brasília, Recife, Maceió, Palmas e Aracaju) anunciaram que operam no limite mínimo de reabastecimento. Ou seja, só aceitam que pousem em suas pistas as aeronaves que tivessem condições de decolar sem precisar de reabastecimento.


Concessionárias de ônibus de diversos municípios reduziram suas frotas. No Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, a redução foi de 40% dos veículos nas ruas. E empresas das principais regiões metropolitanas informaram que, se o diesel não chegar nos postos, até sexta-feira não haverá transporte público.


A última vez que caminhoneiros conseguiram tamanha adesão foi em 1999, durante o Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Naquele ano, 700 mil caminhoneiros protestaram pelas estradas por quase uma semana também por conta do reajuste do preço do óleo diesel. O movimento só acabou depois que FHC decidiu colocar as Forças Armadas para desbloquear as estradas. Questionado se o Governo pretendia intervir nas rodovias, o ministro da Casa Civil disse que a gestão Temer prefere dialogar do que usar a força. “Esse é o Governo do diálogo, da negociação. Queremos achar a melhor solução para toda a população”.


Na esfera judicial, no entanto, a gestão Temer já começou a agir. A Advocacia Geral da União ingressou com 26 ações para o desbloqueio de rodovias. 

Mais Notícias

Colunistas Adelmo Borges
Câmara de Camaçari aumenta de 21 para 23 vereadores
Reforma tributária beneficia 18 profissões com redução de imposto
Fome atingiu 2,3 milhões de lares brasileiros em 2023, diz IBGE
Redução dos concursos amplia presença do professor temporário
Anistia Internacional lista a Bahia como um dos estados mais violentos
Fetrab recusa reajuste de 4% oferecido pelo estado e quer 10%
Arrecadação de impostos e contribuições federal crescem 8,36% entre janeiro e março
Terra Livre critica governo e cobra ações em defesa dos indígenas
Brasil registrou 3,4 milhões de violações de direitos em 2023


inicio   |   quem somos   |   gente   |   cordel   |   política e políticos   |   entrevista   |   eventos & agenda cultural   |   colunistas   |   fale conosco

©2024 Todos Direitos Reservados - Camaçari Agora - Desenvolvimento: EL