O aumento de 11% da pobreza extrema no Brasil desde o final de 2016 levou cerca de 1,5 milhão de pessoas para o patamar mais baixo das necessidades. No início de 2017 o país possuía 13,34 milhões de pessoas vivendo em pobreza extrema. No final do mesmo ano, esse número saltopu para 14,83 milhões. Número representa 7,2% da população, segundo relatório da LCA Consultores divulgado pelo IBGE.
Esse é o 2º ano consecutivo em que a tendência de ampliação da pobreza se mantém, contrariando a redução da desigualdade experimentada entre 2001 e 2012, quando se erradicou 75% da pobreza extrema no Brasil, de acordo com cálculos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
“A queda da pobreza naqueles anos é explicada pela melhora do mercado de trabalho, que vem se deteriorando nos últimos anos. Há menos formalidade, ou seja, há pessoas trabalhando sem carteira assinada, enquanto os salários, em geral, não estão crescendo”, pondera o economista Fernando Gaiger, que pesquisa a pobreza e a desigualdade para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. “Isso tem mais a ver com a recessão do que com a reforma trabalhista de Temer, cujos resultados só começaremos a ver no final do ano que vem. Mas é inegável que pioramos. Alguém sem carteira assinada perde o emprego e depois a casa e logo logo está na rua. De uma hora para outra, tudo muda.”