Mesmo com queda nos preços nas usinas e refinarias, o etanol e o gás de cozinha não apresentam redução de preço para o consumidor. Segundo levantamento semanal feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tanto distribuidoras quanto postos seguram o repasse. O preço praticado pelo segmento de distribuição caiu apenas 3,2% no período. As margens de lucro dos postos subiram 23,5%.
A queda do etanol completa 4 semanas seguidas e soma 20%, de acordo com o centro de pesquisa ligado à Universidade de São Paulo. Na semana passada, saiu das usinas paulistas, em média, a R$ 1,521 por litro, contra R$ 1,902 da semana encerrada em 16 de março. Nas bombas, porém, o preço do etanol hidratado ficou praticamente estável, caindo apenas 0,4% --de R$ 3,032 para R$ 3,019 por litro. A queda no preço do etanol reflete o início da colheita de cana-de-açúcar da safra 2017-2018. O anidro, que é misturado à gasolina, também ficou mais barato, mas em menor ritmo: a queda em quatro semanas é de 12,3%.
No caso do gás de cozinha, as distribuidoras são as principais responsáveis pela falta de repasses, indica levantamento da ANP. Com dois cortes promovidos pela Petrobras, o preço do produto nas refinarias acumula queda de 9,2% no ano. Nesse período, porém, o preço médio do botijão de 13 quilos ficou praticamente estável, com queda de apenas 0,3%. Na semana passada, o botijão no país custava R$ 66,87. Os dados da ANP mostram que o segmento de distribuição aumentou os preços em 1,5% no período. Já a revenda apertou margens de lucro.
Em janeiro, os reajustes no preço do botijão passaram a ser trimestrais. A decisão foi tomada pela Petrobras após da forte alta em 2017, quando a empresa passou a fazer reajustes mensais - entre o fim de maio e a última semana de dezembro, o preço ao consumidor subiu 18,2%.
As empresas Ultragaz, Liquigás, SHV e Nacional Gás Butano concentram 85% das vendas do gás de cozinha no país. A concentração levou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a barrar, em fevereiro, negócio de R$ 2,8 bilhões envolvendo Petrobras e grupo Ultra, que controlam as duas maiores empresas do setor. Com informações do Jornal Folha de São Paulo