As redes sociais não elegem candidatos, apenas ajudam. Esse é o entendimento do diretor de Comunicação e Marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Facó. Especializado em marketing digital pela Universidade de Harvard (Estados Unidos), Facó fala em mercado e mito. “As agências de marketing e consultorias querem criar um novo mercado e ficam alimentando um mito em torno do poder das redes sociais em uma eleição. Elas são só mais uma ferramenta. Não têm o poder de eleger ninguém”.
Para ele, o grande problema de quem aposta no poder das redes é achar que o eleitor brasileiro é aquele que vive nos grandes centros. “A TV e o rádio ainda são os melhores meios de penetração nos rincões do País.” Leia, a seguir, sua entrevista.
Defensor das redes sociais, lembra que imaginamos que todo mundo usa Waze, Uber, tem smartphone, 4G. Fora da bolha de quem mora em grandes centros ou é formador de opinião, o alcance dos meios digitais é muito menor. Ainda segundo ele, as agências de marketing e consultorias querem criar um novo mercado e ficam alimentando um mito em torno do poder das redes sociais em uma eleição. "Elas são só mais uma ferramenta. Não têm o poder de eleger ninguém."
Facó garante que a TV e o rádio ainda são os melhores meios de penetração nos rincões do País. Além de mais palatável e direta esses veículos atendem a uma população com um grau de formação com dificuldade em absorver informações escritas. Até os chamados memes precisam de um background cultural para serem traduzidos.
Outro tabu, segundo ele é o grande número de seguidores exibidos pelos candidatos. Os maiores usuários de Twitter, por exemplo, são os jornalistas e pessoas ligadas ao mundo da comunicação. Esses posts que se espalham pelo WhatsApp, Facebook e Twitter são resultantes do trabalho de convertidos. Quem acessa esse material já é o eleitor desse candidato. O impacto em termos de conquista de voto é muito baixo. Não acredito no poder de transformar esse engajamento em voto. Jornal O Estado de São Paulo