Escolas localizadas perto de áreas de conflito e frequentadas por alunos das classes mais ricas do Rio de Janeiro estão adotamndo esquemas de segurança e até blindagem de parte de suas instalações para evitar acidentes de seus alunos durante os constantes tiroteios. Já a rede pública, formada por escolas do estado e da prefeitura não consegue promover ações de proteção dos estudantes.
A Escola Parque, colégio construtivista na Gávea, bairro da zona sul e próximo à favela, é um dos que mudaram regras. Com mensalidades que superam R$ 2 mil, a Escola Parque enviou aos pais um comunicado informando que, para este ano, foi contratado um especialista em segurança que elaborará um plano a ser acionado em situações especiais espécie de plano de guerra. Só neste ano a escola teve 3 dias de aulas suspensas por conta dos tiroteios.
A Escola Americana, colégio bilíngue próximo à favela da Rocinha, que cobra mensalidades de até R$ 6 mil por aluno, os estudantes chegaram a ficar sem aula por 4 dias. Em outubro, encerradas as operações policiais que levaram à paralisação, a instituição comunicou aos pais que havia iniciado obras para ampliar a área do prédio que recebe blindagem parte dele já possuía proteção contra tiros. A escola também proibiu a circulação de estudantes em áreas externas quando há qualquer barulho ou incidente que possa significar risco de bala perdida.
No bairro de Botafogo, a também bilíngue Alemã Corcovado é outra escola da elite que possui plano para reduzir danos caso haja tiroteio. Vizinha do morro Dona Marta, onde os conflitos têm se tornado frequentes, Alemã Corcovado conta com uma garagem subterrânea. Em caso de situações adversas, o lugar é usado para realizar a saída de alunos e funcionários.
Na última semana, ao menos 5 menores de idade, entre crianças e adolescentes, foram vítimas de tiros na região metropolitana do Rio. Entre os atingidos, uma menina de 3 anos que morreu depois de tentativa de assalto à família na zona norte e um garoto de 4 anos que está hospitalizado após bala perdida em São Gonçalo.
O prefeito Marcelo Crivella (PRB) anunciou em abril de 2017 um projeto que blindaria muros e paredes de colégios da gestão municipal. Inicialmente ele seria aplicado na região da Maré. Nove meses depois a promessa não foi executado. A prefeitura afirma que esse processo está em trâmite.