A defesa do ex-presidente Lula da Silva (PT) ganhou reforço do advogado e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal(STF) Sepúlveda Pertence. garante que não tem o estilo "agressivo" do advogado Cristiano Zanin Martins, que hoje comanda a equipe de defesa do petista.
O jurista antecipou apenas que não deve adotar a postura de enfrentamento ao Judiciário, até agora exercida por Zanin. "Não é meu estilo", afirmou Sepúlveda. "Sou apenas mais um dos defensores do ex-presidente", disse Sepúlveda. "Ele é um velho amigo", completou sobre sua relação com Lula. Com mais de 50 anos de atuação, Pertence acredita que a "perseguição" a Lula é a " maior desde Getúlio Vargas".
Desde que o ex-presidente foi condenado por unanimidade pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em 24 de janeiro, aliados e integrantes da cúpula do PT pressionavam por um reforço na equipe de defesa do petista. O principal argumento era o de que, na fase de recursos na terceira instância, seria necessário um nome mais técnico e com trânsito nos tribunais superiores. Além disso, auxiliares de Lula cobravam por um perfil de menos embate e mais conciliação.
O ex-presidente não quis abrir mão de seu atual advogado e ele e Sepúlveda, que resistia em aceitar o convite, devem trabalhar juntos daqui para a frente. De acordo com aliados de Lula, havia resistência do lado de Sepúlveda, que já defendia o banqueiro André Esteves o que poderia implicar algum conflito de interesse, mas também entre integrantes do próprio PT, que avaliavam a postura do advogado como difícil de ser decifrada.
Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em segunda instância --ele já havia sido condenado pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná-- e poderia recorrer da decisão no STJ e no STF.