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José Cupertino


Em busca da moralidade



Seres confusos, seres insatisfeitos, seres que não entenderam o sentido da vida não se conscientizaram dos papéis e das missões que a vida lhes presenteou. Homens que pelas posições que ocupam, deviam estar satisfeitos, equilibrados, gratos ao mundo e a DEUS por lhes terem dado a oportunidade de estar aonde estão. Deviam ser antes de tudo, conscientes de que são privilegiados, diante de toda a pobreza que se abate sobre o mundo nessa hora de crise e de caos, está sendo exposta de forma cruel.


A pobreza do povo brasileiro, mais de 50 milhões dos nossos irmãos hoje se inscrevem e aguardam nas imensas e perigosas filas, avidamente a ajuda emergencial de 600 reais, oferecida pelo governo federal. Sabemos que aí não estão todos que precisam, portanto fica estabelecido que um quarto da população brasileira é de necessitados e desprovidos de quaisquer condições de sobreviverem neste momento sem essa ajuda.


Quando falo dos insatisfeitos, falo de certos políticos, falo dos que gozam de privilégios que a maioria do povo brasileiro nem sequer tem direito de sonhar, falo dos que tem muito mais do que os demais e acham que tem pouco, que não valorizam o que tem, reclamando do que não tem. 


Homens que estão à frente de destinos de pessoas e não se comportam como se espera de quem se propôs comandar uma Nação, um Estado ou um Município. Essas pessoas deviam sempre ter em mente, primeiro que já fazem parte de uma parcela pequena da sociedade que consegue  fazer frente às necessidades essenciais, das suas famílias, que moram em casas decentes, que comem regularmente, que recebem mensalmente vencimentos que lhes garantem uma vida digna.


Mas, em muitos momentos da vida em nosso país, o que temos visto são os que já têm o suficiente, quererem mais e para tanto, rompem com as regras, rompem com a moral e até com o senso do perigo e enveredam pelos caminhos da corrupção e vão se locupletar até à exaustão. 


Assistimos isso nas classes política, magisterial, empresarial, em altos funcionários de empresas públicas e privadas, e essa mazela, a deplorável, lei de Gerson. "Levar vantagem em tudo" parece que virou moda em nosso país.


O dinheiro, o "vil metal", cega os homens a avidez por ter mais dinheiro faz com que algumas pessoas percam a noção da real importância das riquezas, ter o necessário, o suficiente para se levar uma vida digna e honesta, deveria ser a meta e até a ambição de qualquer ser humano. Sabemos que em uma sociedade capitalista não se vive sem dinheiro, não podemos desvalorizar ou subestimar o capital, pois é quem gera, empregos,  rendas, possibilidades e oportunidades de ganhos para todos.


Mas, daí até o que temos assistido, vai  uma insensatez e uma ambição descabida e desnecessária, às vezes fico a me perguntar, o que é que faz um homem que alcança as posições de um grande empresário,  diretor em uma grande estatal, juiz, ministro, deputado, senador, prefeito, governador ou até presidente da República a enveredar pelo caminho da corrupção se essas posições já lhes dão um grande privilégio sobre o resto da sociedade e alguns constroem uma história digna de aplausos, até chegarem a essas posições e poderiam se dar por satisfeitos.


Viver bem os restos das suas vidas, se retirarem das suas atividades, quando fosse chegada a hora com o respeito e admiração da população, más não, o que temos assistido são milhões dólares sendo mandados para contas no exterior, são malas de dinheiro escondidas em apartamentos, em cuecas, são compras superfaturadas, são licitações fraudulentas, são sítios e apartamentos sendo dados em forma de propina.


Até nesse momento de crise da pandemia, as pessoas se locupletam sem a menor cerimônia, uns comprando por preços absurdos e outros vendendo equipamentos que não entregam ou não funcionam.


 Mas, nem tudo está perdido, em meio a essa catástrofe moral, ainda vemos pessoas cumprindo bem os seus papéis, se esforçando dentro desse mar de coisas erradas, para levarem adiante as missões que lhes foram confiadas e encerrarem sua tarefas com dignidade.


Como eu não dei nome aos que se locupletaram, aos que hoje estão presos, condenados e alguns soltos e ainda prevaricando, também não citarei os que se comportam bem, cada um que coloque a carapuça que lhe cabe na cabeça.


O controverso e polêmico vigésimo segundo presidente do Brasil, Jânio Quadros, que assumiu em 31 de janeiro de 1961 e renunciou ao cargo em 25 de agosto do mesmo ano, dizia: " ou instala-se a moralidade ou nos locupletemos todos ".


Nos resta então pedir que DEUS entre na causa, e que os esforços à partir de agora, sejam para que a moralidade venha a ser instalada. Até breve. Um forte abraço


José Cupertino evelimbrandao@hotmail.com é secretário de desenvolvimento da orla de Camaçari, ex-secretário de desenvolvimento urbano, ex-vereador de Camaçari


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor


 
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