Pesquisa realizada pela Rede de Observatórios da Segurança mostra que a Bahia foi o estado que mais registrou a morte de pessoas em ações de agentes de segurança em 2022. O estudo intitulado "Pele Alvo: A cor da violência policial", compara dados de outros sete estados (Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo) que também foram analisados no ano passado. O levantamento, publicado nesta quinta-feira (16), indica ainda que a cada 24 horas, quatro pessoas são mortas pela força policial no estado.
No ano de 2022 houve um aumento de 300% de óbitos em ações policiais, em comparação com 2015, e na maior parte dos casos os mortos são negros. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2022, os negros representam 80,80% da população na Bahia. Em 2015 foram 354 pessoas mortas pela polícia, enquanto que em 2022 o número de mortes saltou para 1.465. Ainda segundo o relatório referente a 2022, 94,76% eram pessoas negras e 74,21% tinha entre 18 e 29 anos.
Levantamento também mostra que a cada 10 pessoas mortas pela polícia na Bahia em 2022, 9 eram negras. Bahia empata com o Pará e supera o Rio de Janeiro, segundo estado com mais mortes causadas por forças de segurança, onde essa relação chegou a pouco mais da metade (54%) dos 1.330 óbitos. Já em São Paulo, negros foram 40% dos mortos.
Considerando o conjunto de oito estados monitorados pela rede, foram 4.219 mortes por intervenção policial em 2022. Entre os 3.171 registros com informação sobre cor ou raça, 87,3% eram pessoas negras mortas. O levantamento considera a soma de pessoas pretas e pardas, segundo critério do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo os dados do Observatório de Segurança, Camaçari registrou no ano passado 43 mortes em ações policiais. Também em 2022 Salvador registrou a morte de 438 pessoas, enqaunto que Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, registrou 86 mortes.