Os homens brasileiros avaliam de forma mais positiva o feminismo que as próprias brasileiras. De acordo com pesquisa do instituto Datafolha, para 48% deles, o feminismo traz mais benefícios que prejuízos às mulheres, enquanto 41% vêem mais prejuízo que benefício. Entre as mulheres, há empate técnico: 43% dizem que há mais benefícios e 41%, mais prejuízos. Quase metade dos homens (49%) vê mais benefícios para a sociedade, e 41% têm opinião inversa. Entre as mulheres, 45% acham que há mais benefícios e 38% mais prejuízos.
A parcela de homens que apoiam a defesa de igualdade social, econômica e política entre homens e mulheres também supera a de mulheres que se consideram feministas. Eles são maioria (52%); elas, minoria (39%). A pesquisa ouviu 2.086 brasileiros com 16 anos ou mais (1.095 mulheres e 991 homens), em 130 municípios de todo o país, nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Independentemente da afinidade com o feminismo, mais de dois terços do total concordam com teses feministas como a de que o espaço ocupado por mulheres na política hoje é menor que o suficiente.
Em fevereiro, 86% discordaram da ideia de que mulheres devem se dedicar só à casa e aos filhos, e 64% concordaram que elas ganham salário menor simplesmente por serem mulheres, mostrou pesquisa Datafolha feita com a mesma metodologia, em parceria com a ONG Oxfam Brasil.
A imagem estereotipada de que feministas não se depilam, não se maquiam nem gostam de homens faz com que o termo atraia menos mulheres mais pobres —fenômeno que aparece também na pesquisa Datafolha—, escreveu a pesquisadora do King’s College Christina Scharff.
Em pesquisas na Alemanha e na Grã-Bretanha, mulheres afirmaram rejeitar o termo feminista por sua conotação de ódio aos homens, lesbianismo ou falta de feminilidade. Ainda que haja feministas que tratem homens como inimigos, essa oposição não é consenso nem majoritária.