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Coluna Camaçarico 28 de outubro 2024


Foco O alcaide eleito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), não é apenas o grande vencedor desse pleito, porque superou o adversário e conquistou o inédito quarto mandato na história do município dono da segunda maior receita da Bahia e um dos maiores PIBs do país. Com todos os acertos e erros, foi ele quem deu o rumo desde o começo da campanha e apostou na montagem de um bloco de partidos aliados, inclusive conquistando o olhar complacente e até colaborativo de adversários.


Foco 2 Vitória coloca sua trajetória em destaque no jogo estadual e nacional, com consequente aumento do seu poder político no estado, e até no governo Lula. A receita é se consolidar como uma gestão de resultados num PT que tem perdido eleitorado e consistência, tanto no discurso como na prática.


Foco 3 É nessa ótica que vai ter que montar seu governo. Fez até uma certa autocrítica. Promete refazer o modo de governar e de enxergar as coisas da cidade. Caetano não vai precisar apenas “virar a chave”, bordão de sua campanha, numa referência ao trabalho do atual alcaide do município, reprovado em todas as pesquisas de medição da sua gestão.


Foco 4 O Caetano setentão, com currículo de vereador, deputado estadual, federal e gestor de Camaçari por 11 anos (1986/1988 e 2005/2012), precisa virar a sua própria chave. Aprender com os erros do passado, que não foram poucos, e que lhe custaram duas derrotas seguidas para o atual alcaide. Nessa conta também entra a gestão do seu ex-pupilo Ademar Delgado (2013/2016), escolhido e eleito com seu total apoio. Mesmo abandonando oficialmente o barco no meio do governo, sem perder parte significativa da máquina, que seguiu sob seu controle até o final, desastre administrativo do rejeitado Ademar, coroou seu erro com a entrega da cidade ao grupo opositor, representado pelo eleito em 2016, Antonio Elinaldo (União).


Foco 5 Mirar na cidade e deixar de governar de olho no horizonte fora de Camaçari, sem perder a sua capacidade de influir no jogo estadual, é o que a cidade precisa e quer. Sem esse olhar intestino, e se baseando em critérios puramente políticos, em detrimento do peso técnico, fundamental e necessário para o sucesso de uma gestão, vai prosseguir nos erros do passado.


Tabuleiro No jogo de perde e ganha dessa eleição em Camaçari, seguramente o grande derrotado é o alcaide Antonio Elinaldo (União). Sai menor que seu candidato e correligionário, o vereador Flavio Matos. Derrota, ainda que apertada, foi resultado de uma gestão que não conseguiu realizar um projeto convincente de melhoria das condições de vida da população. Errou no transporte, quando demorou para decidir sobre os ônibus, descuidou da saúde ao trocar o hospital municipal por asfalto e outros benefícios para sua base de vereadores, em parte de malas prontas para subir no buzu elétrico de Caetano.


Tabuleiro 2 Mesmo derrotado, o jovem político só lucrou. Experimentou seu nome e obteve votação expressiva, o que assegura sua inclusão na privilegiada e limitada fila de pretendentes ao comando de Camaçari. Parte desse desempenho nas urnas se deve justamente à sua capacidade de se apresentar como o novo, o que faria diferente do governo do seu padrinho, mesmo vindo do velho núcleo de poder.  


Tabuleiro 3 É com esse capital que Flavio Matos, agora integrado de vez ao grupo do ex-alcaide de Salvador, ACM Neto, chefão do União no estado, prepara voos futuros e lugar certo nas construções de 2026 e 2028. No xadrez da política, onde nada é planejado de véspera, 2026 já é amanhã. Daqui a dois anos pode fazer uma dobradinha com Elinaldo, que tenta uma vaga na Assembleia Legislativa, enquanto ele, Flavio, vai para novo um embate, dessa vez com a esposa do alcaide e candidata a reeleição, a deputada federal Ivoneide Caetano. Eleição, independente do resultado, sempre soma musculatura.


Trono Nesse novo tabuleiro, o vencedor Caetano agora espera o beija-mão, tanto de lideranças, principalmente dos vereadores eleitos pela base elinaldista. O primeiro a pular do barco, após o anúncio do primeiro turno, foi Dilson Magalhães (PP).  Hoje, dia 28, base caetanista já soma nove, sendo 8 eleitos pelas legendas da coligação PT, PSB e PSD.


Trono 2 Vem mais!  A Coluna apurou que o desembarque, que ultrapassa quatro vereadores, entre eleitos e reeleitos, assegura para Caetano, nessa conta, uma maioria de 13 das 23 cadeiras no Legislativo. Mudança de chefe não fica restrita às legendas aliadas. É esperada a adesão discreta, só nos ´projetos de interesse da cidade`, como se diz no jogo da política adesista, até de vereadores do União Brasil.


Trono 3 Como já comentou a Coluna,  vitória do petista também praticamente assegura a eleição de Tagner Cerqueira (PT) para  presidência do Legislativo, biênio 2025/2026. Movimento é o primeiro passo para nova disputa local nas eleições parlamentares (Assembleia e Congresso) de 2026.


Coturno Lamentável, o comportamento de parte da Polícia Militar durante as eleições em Camaçari. O equívoco injustificável foi coroado com a brutalidade da PM nas eleições deste domingo (27). As agressões a mulheres e militantes, coincidentemente todos ligados ao candidato Flávio Matos, do time azul, deixou a certeza de que o equilíbrio constitucional da força policial em defesa da ordem foi quebrado.


Coturno 2 Esse movimento, que só desgasta a imagem da corporação e do próprio governador Jerônimo Rodrigues (PT), que já não anda bem nas contas da violência, com a Bahia na cabeça dos números negativos, deu seus primeiros sinais no desfile do 7 de Setembro. Se ampliou com agressões a mulheres, entre elas a primeira dama, Ivana Paula, durante os festejos da emancipação política de Camaçari, dia 28 de setembro. 


Balanço Como anotou a Coluna do dia 25, disputa em Camaçari terminou com pequena diferença. A vantagem de 2.902 votos para o vencedor Luiz Caetano (PT), que somou 80.626 votos, representou 50,92%, 1.40 pontos percentuais acima dos 49,52% do primeiro turno, quando venceu com vantagem de 559 votos.


Balanço 2 Números desse segundo turno ficaram muito próximos do primeiro pleito.  Conta dos votos válidos mostrou Caetano com 2.700 votos a mais que o total de 77.926 votos obtidos na votação do dia 6. Já Flavio Matos (União) avançou em apenas 357 votos, fechando as urnas com 77.724 votos. O resultado terminou exibindo uma leve redução no percentual de 49,17% para 49,08%.


Balanço 3 Nesse segundo turno votaram 165.447 eleitores, 8.094 a mais que no primeiro turno. Já o número de votos em branco caiu de 3.167 para 1.954, mesmo movimento na conta dos 7.270 nulos no primeiro turno para 5.143 nesse pleito de domingo.


Balanço 4 Chama a atenção o aumento de 2.345 eleitores que não votaram.  No primeiro turno a abstenção foi de 38.073 contra 40.418 deste domingo (27). 


João Leite Filho joaoleite01@gmail.com – Editor


28/10/2024 Fechamento:12h25


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