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Colunistas Angélica Ferraz de Menezes


Angélica Ferraz de Menezes é jornalista com larga experiência com a questão ambiental

Eleições, etarismo e outros ingredientes previsíveis 


Dizia Confúcio:  o silêncio é o amigo que nunca trai. Em se tratando de filosofia que expressa a visão "de cima de muro" o silêncio é a prática da soberba teoria da dispersão por necessidade de pesar os prós e os contras em se declarar posicionamentos. Mais  fácil portanto seria eximir-se. No final o resultado é visto por incautos analistas como descompromisso e omissão,  por inferir que ele exista onde não se está posto, por falta de dados.


Em períodos pré-eleitorais  o silêncio das massas é uma lacuna previsível em percentuais a se considerar como tendente em três situações: de indecisão de dispostos a votar num futuro próximo do pleito; do voto expresso de última hora já antes definido e não computado nas estatísticas das margens de erro;  e da ausência das urnas por motivos diversos da chamada abstenção.


Na sucessão de Camaçari observa-se esse fenômeno da dúvida de que lado pendem analistas que pecam pela auto atribuída   independência de opinião, isentos da paixão do embate político e que primam pela imparcialidade mas só  até a contagem da boca de urna aferida pelos institutos de pesquisa.


Já os candidatos acreditam, baseados em  informações sem precisão que o eleitorado jovem é religioso o bastante para acompanhar o voto de pastores de diversas igrejas evangélicas. Ou de votar em jovem por ser jovem em busca do novo quando na realidade o novo é através de políticas públicas partidas de quem os apoia de qualquer idade no desejo de satisfação de suas necessidades materiais através da oferta de empregos  e de ascensão profissional e consequente aquisição de bens. Esta constatação de pesquisas junto a essa fatia do eleitorado é ignorada pelas  campanhas de candidatos governistas ao executivo municipal e à Câmara de Vereadores ao invocar o novo como o jovem referendado ou tutelado pelos mais velhos religiosos.


Considerando os resultados das urnas no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 em Camaçari o presidente Lula que obteve 67% ainda é o grande cabo eleitoral dos candidatos do seu partido no município onde o voto jovem pesa um pouco  abaixo do  número de votantes das faixas adultas da terceira idade e mais.


Camaçari é um município maior em extensão territorial do que a capital baiana Salvador com um potencial de atração de novos moradores surpreendente. Embora cresça em número de imóveis ocupados e em construção de mais  moradias a pleno vapor o seu planejamento e execução de obras essenciais deixou a desejar frustrando as expectativas dos novos cidadãos e antigos moradores. Os últimos anos de administração deixou Camaçari  carente de infraestrutura urbana, de oferta de servicos de qualidade e no que tange à  preservação do patrimônio ambiental. 


Apesar do alinhamento do partido do prefeito com o governo do ex-presidente Bolsonaro até 2022, pouco se trouxe de investimentos substanciais para o município. Ao contrário do que acontece no governo de Luiz  Inácio Lula da Silva em parceria com o governador  Jerônimo que com  o programa do PAC investe em Camaçari nas áreas prioritárias de Moradia, Saúde, Educação e Segurança, esta última  negligenciada pelo município à medida em que pouco fez por geração de empregos e renda agravando a violência.


A atração de fábricas como a BYD para o polo e outras indústrias de grande importância para a economia local e do estado dá ânimo e represrnta esperança aos camaçarienses. Estes dados contam para o desgaste da gestão do prefeito Elinaldo e pode definir pela mudança com a vitória de Luiz Caetano (PT) contra Flávio Matos (União Brasil) em o que muitos chamam de alternância do poder entre candidatos de grupos politicos conhecidos.


E as campanhas estarão  nas ruas e redes sociais fortalecidas pela vontade da sociedade em exercer o sagrado direito ao voto num regime democrático onde as ameaças às instituições  não vingam. 


Que não ocorram mais episódios de intimidação e ameaças recentes já  encenados vitimando pessoas chamadas de comunistas e petistas sem o serem  e as eleições venham a transcorrer  em clima de disputa pacífica.


Angélica Ferraz de Menezes  menezesangelicaferraz@gmail.com é  jornalista, coordenou pelo Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB) o Projeto Alvorada na microrregião de Barra/São Francisco; coordenou os cursos de Meio Ambiente, Combate à Violencia/ Direitos Humanos e de Gestão Social do Centro de Formação Comunitária do Governo Federal na área do São Francisco; foi coordenadora do Projeto Memória Kirimurê da Oscip Centro de Pesquisas e Ações Socioambientais Kirimurê


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor

12/07/2024

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