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Um comediante pode virar presidente da República. Estranho é governar com palhaçadas


José Américo é jornalista, publicitário, baiano radicado em Brasília

Existem diversos exemplos de comediantes que viram políticos. Quase nunca dá certo. Aqui no Brasil podemos citar o palhaço Tiririca como o mais recente e triste exemplo. Mas há casos que surpreendem pela seriedade que estes comediantes encaram os novos desafios. Para ilustrar temos o caso do atual presidente da Ucrânia.


Volodymyr Olexandrovytch Zelensky é um político, ator, roteirista, comediante e produtor/diretor cinematográfico ucraniano. É o atual presidente da Ucrânia, cargo para o qual foi empossado em 20 de maio de 2019. Zelensky nasceu e cresceu em Kryvyi Rih, uma região localizada no sudeste da Ucrânia e hoje lidera a resistência do seu país à sanguinária invasão Russa ao seu país. Tudo que aprendeu sobre comunicação na sua profissão está sendo aplicado com sucesso nesta guerra que tem como um dos seus campos de batalha a mídia digital.


É fato que enfrenta grandes dificuldades por ter menos recursos bélicos que o invasor, mas com uma comunicação eficiente conseguiu se contrapor ao império russo com resultados surpreendentes, colocando os russos numa situação que beira o vexame nos campos de batalha real e vence no combate quando a informação representa a principal arma.


No Brasil temos um exemplo totalmente oposto. Aqui o atual presidente, político tradicional, que de comediante não tinha nada, venceu a eleição no campo da comunicação e na batalha dos votos nas ruas. Hoje, no quarto ano do seu mandato e tentando sua reeleição, parece mais um comediante sem graça, com piadas grotescas, que o faz perde a cada dia, sua batalha na comunicação e no campo dos votos, onde sua popularidade e aprovação despenca. As mais recentes pesquisas mostram que, a continuar nesse rumo, seu destino é a derrota.


Por não falar à imprensa tentou fazer das redes sociais seu canal de comunicação, no intuito de boicotar os veículos tradicionais da mídia e falar direto com a população. Criou uma live semanal como uma espécie de talk show para entreter sua base e virar notícia. Por não ter as habilidades e competências necessárias para se tornar um homem da comunicação, conseguiu sucesso inicial, mas vem perdendo terreno por ser repetitivo e tratar assuntos sérios com arroubos de estupidez, tentando ser irônico fazendo grosserias, querendo se valer do seu jeito tosco. Se tivesse dando certo já teria crescido de forma substancial nas pesquisas há muito tempo.


Criar factóides para tentar desviar o debate sobre temas e/ou problemas graves da sua gestão é uma das suas estratégias. Elegeu o negacionismo para tentar se contrapor à pandemia. Fracassou. Prevendo o desgaste da sua gestão, passou a atacar o processo eleitoral e a democracia, para além de buscar justificar sua incompetência na gestão, criar o fantasma da perseguição ao seu governo e sua pauta de moralidade da administração pública e defesa da família.


As denúncias de corrupção no seu governo e o ataque de seus prepostos aos direitos das minorias está levando sua rejeição a patamares proibitivos para quem deseja ser reconduzido ao cargo de presidente da República.


Ou muda de rumo para encontrar outro caminho ou está fadado a uma derrota incontestável nas próximas eleições.


Comediante virar político já vimos que é possível, mas político tradicional virar comediante ainda não temos exemplos de sucesso.


José Américo Moreira da Silva zamerico1961@gmail.com é jornalista, publicitário, baiano radicado em Brasília 


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor

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