Auditores fiscais da Receita Federal e do Trabalho, peritos criminais federais, delegados da Polícia Federal (PF), advogados da União e analistas do Banco Central (BC) estão na lista dos servidores federais que fazem maior pressão por reajuste salarial. Esse grupo, formado por 22 carreiras, também integra a lista dos mais bem remuneradas do Executivo. A lista não inclui servidores do Judiciário e do Legislativo porque as informações para esses dois Poderes são menos transparentes.
Com remuneração anual entre R$ 380,38 mil (auditores da Receita) e R$ 341,1 mil (analista do BC) e salário médio entre R$ 26,2 mil e R$ 29,3 mil, essa elite do funcionalismo puxou a fila da articulação política de mobilização depois que o presidente Jair Bolsonaro acenou com aumento só para categorias policiais.
A remuneração final da elite, porém, na maioria das vezes é mais elevada porque os dados não consideram bonificações, como os honorários advocatícios, benefícios e indenizações. No topo da lista, estão os 7.860 auditores da Receita, seguidos por 2.014 auditores fiscais do Trabalho, com remuneração anual de R$ 372,24 mil.
As 22 categorias do levantamento, com 119 mil servidores ativos e inativos, incluindo pensionistas, custaram, em 2021, R$ 33,3 bilhões. Desses servidores, 55,1 mil estão na ativa, com custo superior a R$ 15 bilhões. A folha dos demais 44,03 mil aposentados e 20,57 mil pensionistas teve peso maior (R$ 18,3 bilhões).
Entre os servidores que ganham menos, estão os do Plano Geral do Poder Executivo Federal (PGPE), de nível médio e superior. Os PGPEs e carreiras correlatas somam 396.771 servidores – um terço do Executivo. Os servidores da educação (professores e técnicos) são em número ainda maior (419.477), o correspondente a 36% do funcionalismo.
Os que têm salário mais baixo são maioria entre 1,3 milhão de servidores e mais de 100 carreiras com perfis de promoção diferentes, que geram distorções, ainda mais se comparadas às carreiras do Judiciário e do Legislativo. A última negociação foi de 2016 a 2019. Os contemplados até 2017 tiveram em média 10,8% e os contemplados até 2019, 27,9%. Estadão