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Brasil lembra Paulo Freire e sua importância para a educação


Educador e filósofo brasileiro completaria 100 anos neste 19 de setembro

O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, se estivesse vivo completaria 100 anos neste 19 de setembro. Referência mundial em educação, as ideias do pernambucano nascido no Recife e falecido em 1997, continuam representando um norte para escolas e universidades que veem a sala de aula como mecanismo de transformação social. "Por vivermos tempos repressivos, o legado dele volta ainda com mais força", afirma Walkyria Monte Mór, professora da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Projeto Nacional de Letramentos: Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia.


Considerado por lei de 2012 o "Patrono da Educação Brasileira", Freire  tem seu trabalho reconhecido mundialmente com títulos em 41 instituições de ensino, como nas universidades de Harvard, Cambridge e Oxford. No livro "Pedagogia do Oprimido", o mais famoso deles, o autor defende o papel primordial da educação no processo de conscientizar o povo e levá-lo ao senso crítico.


Para Paulo Freire era importante  compreender a realidade do aluno. Na teoria chamada "pedagogia do afeto",  o educador diuzia que o professor deveria ser sensível à história de vida dos alunos, resgatando seus sofrimentos, mazelas e cicatrizes. A partir dessa vivência, o conhecimento seria construído.


No contexto atual,  para uma aprendizagem efetiva, um professor que recebe os alunos nas salas de aula, após mais de um ano de escolas fechadas, não deve se atentar somente ao cumprimento de currículos. Precisa praticar a afetividade e "abrir a porta" para a conversa. Dessa forma, para Freire, o estudante entenderá que também pode contribuir com o desenvolvimento de todos, descobrirá mais sobre sua identidade e ficará mais interessado e criativo.


Referência nas décadas de 1950 e 1960, Freire dedicou-se à educação de adultos em áreas proletárias (urbanas e rurais) de Pernambuco. Pelo método de alfabetização que até hoje leva seu nome (e que foi colocado em prática pela primeira vez em Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962), as aulas partem de elementos do cotidiano dos alunos analfabetos. Em vez de tomar como base "frases feitas" de apostilas, como "o bebê babou", o educador baseia-se no vocabulário que faz parte do dia a dia do trabalhador: "cana", "enxada", "terra" e "colheita", no caso de uma turma de agricultores.


"É tudo feito a partir do contexto-realidade dos alunos. O método fônico, por exemplo, defendido pelo governo atualmente, foca o processo de alfabetização nos sons, a partir de frases distantes da realidade das crianças. Freire defende o contrário: que as aulas trabalhem a partir do contexto dos alunos", diz a professora Walkyria Monte Mór, professora da Universidade de São Paulo (USP).


"Paulo Freire foi um revolucionário que tentou mostrar as mazelas sociais. Quanto mais tivermos seres pensantes, menos isso é interessante para quem está no poder", afirma Rosana Nunes, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "A partir do momento em que temos alunos problematizadores, que não aceitam de imediato o que é ensinado, teremos menos pessoas alienadas. Isso nem sempre é interessante para a política brasileira", diz. 


Sempre adiante do seu tempo, Freire pregava que a educação deveria ser um processo bilateral, em que o professor também "é um aluno". É um combate à ideia da educação tradicional, em que o docente ensina, e o os estudantes são "receptáculos vazios" que apenas escutam o que é dito. "Um aluno com consciência freireana lê um texto e reage; não aceita fake news, porque tem senso crítico. Vai captar o que é dito [em uma mensagem falsa] e ver o que está por trás disso, com que interesse foi produzido, em qual contexto", exemplifica Kleber Aparecido, professor da Universidade de Brasília (UnB). G1

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