Das lavagens aos desfiles: A tradição que precisa se reinventar
Ainda um pouco sobre os festejos da Costa de Camaçari, as lavagens seguem homenageando seus padroeiros.
No último final de semana, foi Jauá que homenageou Bom Jesus dos Navegantes. O ciclo se repete, sem mudanças significativas, sem turistas e sem repercussão no trade turístico nacional ou nas grandes mídias. As festas seguem sem inovação, cansativas e limitadas aos moradores.
Falta integração entre a Coordenação de Eventos, a Secretaria de Cultura e de Turismo e desenvolvimento Econômico para transformar esses festejos em algo maior. Associar os eventos a atividades esportivas como corridas, ciclismo e esportes aquáticos, além de feiras culturais valorizando a culinária local, a criação de roteiros turísticos, com passeios guiados que contem a história e explorem as belezas naturais do litoral com base livro “Do Joanes ao Jacuípe: uma história de muitas querelas, tensões e disputas locais” escrito pelo professor, pesquisador e historiador Diego Copque poderia ampliar o alcance e atrair visitantes. Mas, até agora, nada mudou.
No meu último artigo (Confira#mce_temp_url# ), citei sugestões e as reafirmo agora! Sem inovação, essas festas permanecerão restritas aos moradores, deixando de cumprir seu potencial como ferramenta de desenvolvimento turístico e econômico para Camaçari.
O mesmo se repete em setembro com os desfiles cívicos, que se tornaram mais um ciclo cansativo. Para os estudantes, uma oportunidade de garantir notas complementares. Para os políticos de plantão, um palco para se promoverem, ocupando as ruas da Gleba E e Parafuso no 7 de setembro e depois nos desfiles em homenagem ao aniversário de Camaçari, realizados em Monte Gordo, Vila de Abrantes e no 28 de Setembro na sede.
Esses eventos precisam ser repensados pela Secretaria de Educação e seu novo gestor, e os jovens que o assessoram. O formato atual torna o desfile exaustivo para as crianças, que acabam ofuscadas pela presença de grupos políticos. O calor escaldante, a desmotivação dos professores e a luta dos pais para conseguir tirar uma simples foto dos filhos tornam a experiência desgastante.
Uma possível solução seria a criação de um circuito mais organizado, proibindo bandeiras e paredões de som, garantindo que o desfile realmente valorize os estudantes. Poderíamos usar o estádio Municipal para a criação desse circuito.Outra alternativa seria descentralizar o evento, levando a cada ano para uma nova localidade, espalhando a celebração pela cidade.
Mas, acima de tudo, é fundamental refletir sobre o verdadeiro significado dos desfiles cívicos. Em um cenário onde o sentimento de patriotismo se enfraquece e considerando a origem militar dessas celebrações, ainda fazem sentido para o povo de Camaçari? São eventos que fortalecem nossa identidade ou apenas tradições mantidas sem questionamento?
Seja qual for a resposta, a história e a cultura da nossa cidade permanecem vivas naqueles que carregam consigo o orgulho de pertencer a majestosa cidade baiana.
Beto Carvalho luizalberto.carvalho@hotmail.com @betocarvalhooficial (Instagram) é camaçariense, bacharel em Administração e pós-graduado em Gestão da Produção Industrial
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor
06/02/2025