Estudo do Serviço Meteorológico Europeu mostra que 2023 é o ano mais quente dos últimos 120 mil anos (1,2 mil séculos) do planeta. Esse será o tema principal a 28ª Conferência do Clima (COP28), que começa na quinta-feira e vão até 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes. Considerada a mais importante desde 2009, quando o pacto climático foi costurado, na capital francesa, a COP28 terá grande e intensa pressão dos cientistas e especialistas em mudanças climáticas.
No centro das negociações de 196 países, está a substituição dos combustíveis fósseis por energia limpa. Os hidrocarbonetos do carvão, gás natural e petróleo, são os principais geradores de gases de efeito estufa. Acumulados na atmosfera, eles impedem que parte da radiação solar escape para o espaço, um mecanismo essencial para garantir a vida no planeta. Porém, em excesso, também podem ser os responsáveis por acabar com ela.
Elaborado há 15 anos, o Acordo de Paris tem por objetivo garantir que a temperatura global não suba mais que 2ºC em comparação ao século 19 — quando a atividade industrial nos países desenvolvidos começou a despejar toneladas de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera. Preferencialmente, diz o documento internacional, o aumento deve se limitar a 1,5ºC até 2100, porque esse parece o limiar suportável para a saúde humana e os sistemas naturais.
Para que a meta dos 1,5ºC seja possível, os cálculos indicam a necessidade de reduzir as emissões em 45% até 2030 em comparação a 2010, atingindo a neutralidade — quando se captura o tanto de CO2 que se lança — em 2050. O problema é que, em vez de cortar, os países aumentaram a produção dos gases de efeito estufa. Segundo a Coalização Rede Zero da Organização das Nações Unidas, no ritmo atual, em sete anos haverá 9% mais hidrocarbonetos impedindo que o calor escape da Terra.