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Camaçarico 24 de fevereiro 2021


Prontuário O sistema de saúde de Camaçari vem colecionando mais erros que vitórias. Esse quadro, agora exposto sem ‘band-aid’, é ampliado de forma imensurável pela pandemia da Covid-19.


Prontuário 2 Mesmo pegando todos de surpresa, em todo o mundo, o coronavírus poderia apresentar uma situação menos dramática para Camaçari. Faltou um planejamento específico que, ao menos, amenizasse os estragos causados de forma única e nunca antes experimentados como nessa pandemia.


Prontuário 3 Longe de ser inocente ou vítima, o doutor Elias Natan, vereador licenciado (PSDB), e atual titular da secretaria de saúde de Camaçari (Sesau), é apenas mais um gestor a ampliar essa pontuação negativa que atinge por extensão o alcaide Antonio Elinaldo (Democratas).


Prontuário 4 Sem um estudo mais profundo e seguindo o ´efeito manada` do governo do estado e de outras unidades da Federação, Camaçari preferiu ignorar os especialistas e afrouxar as regras para atender os interesses da política e seu atrelamento ao poder econômico. O resultado foi o crescimento de casos a partir de dezembro, com mais vítimas e sofrimento.


Prontuário 5 Acreditando que a situação se estabilizaria com a queda dos registros, que a vacina surgiria como num passe de mágica, e alegando questões jurídicas, mesmo com ´estado de emergência`, onde o município pode quase tudo com o dinheiro público, Camaçari resolveu fechar os 20 leitos do Centros Intermediário (CIEC) e as 15 UTIs do Centro Intensivo de Combate ao Coronavírus (CICC), como fez o governo do estado com a unidade na Fonte Nova (Salvador).


Prontuário 6 Os alertas estavam nos próprios boletins distribuídos diariamente pela Sesau. Decisão de reativar as unidades e ampliar convênios com estruturas particulares de saúde só aconteceu agora em fevereiro, mesmo com os números assustadores de janeiro. Mês passado foram registrados mais de 1.300 novos casos, um salto em relação a dezembro que registrou 241 novos contaminados.


Prontuário 7 Mesmo não sendo o único responsável, município não deixou de dar sua contribuição com o afrouxamento das regras para atender interesses eleitoreiros da disputa municipal de novembro, com aglomerações e outras manifestações estimuladas pelos próprios políticos. Apesar dos discursos de `cuidado`, o resultado não poderia ser outro.


Prontuário 8 O aumento dos casos e o surgimento, alertado pelos mesmos especialistas sobre novas variantes de um coronavírus ainda mais poderoso, empurra Camaçari para uma situação não registrada nem em meados de 2020, quando foram contados o maior número de casos. Até a noite de terça-feira (23) município somava 11.744 casos e 175 óbitos desde o início da pandemia. A 5 dias para o término do mês, Camaçari conta em fevereiro 23 óbitos e 2.839 novos casos, um salto de mais de 30% de novos contaminados.


Prontuário 9 Sem leitos e UTI suficientes para atender esse crescimento, ´colapso` no sistema, como reconhece o próprio secretário de saúde, só restou fortalecer o discurso oficial que carimba o povo como o único culpado, já que as autoridades estão ´fazendo tudo que podem`, enquanto a população vai para a rua, não usa máscara, se confraterniza, faz compras, usa o sistema de transporte para trabalhar e se divertir.


Prontuário 10 O aproveitamento dos agentes comunitários e até os de endemias, que somam cerca de 900 colaboradores, foi outra opção descartada no começo da pandemia. Seguiu a regra do governo federal e não inovou usando esse pessoal na linha de frente, com todos os equipamentos de proteção, quando os casos apenas começavam e teriam mais chances de controle.


Prontuário 11 Nesse discurso, as autoridades esquecem que o sistema de mobilidade do município tem características ainda mais particulares e favoráveis para a proliferação do vírus. Com um serviço precário por ônibus, já que o município nunca se interessou em cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Assinado em 2013, ainda na gestão do alcaide Ademar Delgado (2013/2016), com o Ministério Público, o TAC exigia a instalação no município um sistema de transporte por ônibus para atender as necessidades da cidade-sede do maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.


Prontuário 12 Sem pressa, projeto de mobilidade e atendendo à miudeza da política, Camaçari caiu na informalidade permitida pelas autoridades municipais. Dos cerca de 70 mil passageiros que usam diariamente algum serviço de transporte, cerca de 30%, algo em torno de 20 mil, têm suas necessidades atendidas por um sistema realizado por carros pequenos e sem nenhum controle, o chamado ´ligeirinho`. 


Prontuário 13 Junto com o ligeirinho, espaço ideal para ajuntamento de pessoas num veículo, sem o espaço de um ônibus ou micro-ônibus, portanto distante das regras sanitárias, prefeitura reforça com o descontrole na Feira de Camaçari, maior espaço de compras do município, com fluxo diário de mais de 10 mil pessoas. Isso sem falar na desorganização no atendimento das lotadas unidades de saúde. As praias, agora fechadas, e os bares que seguem funcionando sem nenhum ordenamento, compõem esse conjunto de descuidos por parte do município.


Prontuário 14 Sem tradição de fiscalizar, passar a mão na cabeça, ajeitar o inaceitável, Camaçari segue avançando na informalidade. Não é de agora que as gestões municipais ajustam as políticas de ordem pública aos interesses do grupo político de plantão.


Prontuário 15 Agora, com o agravo da pandemia, os números desse descuido exibem outra e dolorosa faceta que precisa de coragem e vontade política para ir além do curativo.


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João Leite Filho joaoleite01@gmail.com (Editor)


24/2/2021

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