A data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será divulgada ainda esta semana pelo Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais (Inep), mas a data mais provável ´pe janeiro de 2021. O mês foi defendido por secretários de educação e universidades em reuniões com o governo. A direção do Inep deve acatar a sugestão.
A prova foi adiada pelo Ministério da Educação (MEC) por causa da pandemia do coronavírus. Mais de 5,8 milhões de estudantes estão inscritos. Em enquete realizada a pedido do ex-ministro Abraham Weintraub, a maior parte dos estudantes (49,7%) votou para que o Enem fosse apenas em maio do ano que vem. Outros 35,3% optaram por janeiro.
No entanto, depois que Weintraub foi demitido, a direção do Inep não se comprometeu em seguir o resultado da pesquisa e anunciou que ouviria representantes dos Estados e do ensino superior para tomar uma decisão.
Isso porque, depois do Enem, da correção e da divulgação dos resultados, o que leva praticamente dois meses, é preciso ainda que as notas sejam colocadas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o sistema online do MEC que seleciona estudantes para as vagas nas universidades públicas. A nota da prova também é necessária para se concorrer à bolsa no ProUni e para o Fies, o financiamento estudantil, ambos programas federais.
As universidades particulares também não querem um Enem tão tarde porque os estudantes esperam o resultado da prova e do Sisu para ver se conseguiram vaga em instituições públicas e só depois partir para uma privada. O exame em maio prejudicaria mais ainda um mercado já fragilizado, com perda de estudantes e alta inadimplência por causa da pandemia.
A opção de fazer a prova em dezembro também foi descartada nas reuniões porque os secretários de Educação querem mais tempo de aula para preparar os estudantes para o Enem. Estadão