De Edir Macedo a Silas Malafaia, os rostos mais conhecidos do movimento evangélico podem até ser masculinos, e o mais comum é encontrar um pregador homem nos cultos. Já nas filas para pedir bênção e entregar o dízimo são as mulheres que prevalecem neste que é o segundo maior bloco religioso do Brasil, com 31% da população.
Elas respondem por 58% desse naco religioso, 6 pontos acima da parcela feminina do país (52%), segundo pesquisa Datafolha. Entre as congregações neopentecostais, aba evangélica que contempla igrejas como a Universal do Reino de Deus e a Renascer em Cristo, a participação do mulherio chega a 69%. A ala feminina nos templos evangélicos fica ainda mais evidente se comparada com o catolicismo —ainda a maior crença nacional, embora em processo contínuo de retração (preferência de 90% nos anos 1980 e 50% hoje).
Entre adeptos dessa fé, mulheres são 51%, e homens, 49%. Compatível, portanto, com a representação dos dois gêneros na sociedade.
O universo evangélico é mais negro do que o católico, diz a pesquisa feita nos dias 5 e 6 de dezembro do ano passado, com 2.948 entrevistados em 176 municípios de todo o país. Somados, os que se declaram pretos ou pardos são 59% no primeiro grupo e 55% no segundo. Já os brancos, no catolicismo, são 36%, contra 30% do outro grande front cristão.
A porção de jovens crentes, como o grupo se autodenomina, é de 19% e pareia com a média nacional, 18%. Já os católicos nessa faixa etária (16 a 24 anos) são mais escassos, 13%. Quanto mais velho for, maior a chance de preferir o papa a um pastor: 25% da turma com 60 anos ou mais segue a linha do Vaticano, e 16%, a evangélica.
As rendas familiares não diferem tanto assim entre um filão religioso e outro. Quase metade dos dois blocos ganha até dois salários mínimos, e 2% de cada um deles dizem viver com mais de 10 salários mínimos.