Combate ao crime de lavagem de dinheiro, com o objetivo de asfixiar as organizações criminosas, é o foco principal do Ministério da Justiça sob o comando de Sergio Moro. Nos bastidores, o termo utilizado pela equipe montada pelo ex-juiz é "descapitalização" das facções e também envolvidos em corrupção.
Nas reuniões fechadas do grupo de transição de governo, em Brasília, definiu-se que a prioridade da gestão de Moro será mirar o patrimônio dos criminosos, uma estratégia que deu certo na operação Lava Jato e deve ser aumentada e reproduzida na guerra contra traficantes, por exemplo.
Meta do novo ministro se confirma com a escolha da sua equipe. Moro escolheu para os mais importantes cargos ligados ao Ministério da Justiça pessoas com experiência nessa área de atuação. Entre eles o atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, 51, para ser o novo diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Rogerio Galloro.
O outro nome é da delegada Érika Marena, que comandará o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional). Ambos já receberam de Moro a missão de liderar, em suas áreas, esse modelo de trabalho a partir de 2019. A dupla é de extrema confiança do futuro ministro do governo de Jair Bolsonaro.
"Ele [Valeixo] tem a missão de fortalecer a Polícia Federal e que a Polícia Federal possa direcionar suas investigações principalmente com foco em corrupção e crime organizado. É um grande desafio, são problemas sérios, mas ele é uma pessoa plenamente capacitada", afirmou o ex-juiz federal, em Brasília.
Marena atuou na Lava Jato e no caso Banestado, também com participação de Moro. Recentemente, ela foi criticada na investigação de desvios de dinheiro na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O reitor da UFSC se matou em um shopping após ser preso temporariamente. Segundo Moro, a delegada "talvez seja a maior especialista no Brasil em cooperação jurídica internacional".