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José Américo Moreira da Silva


Como o marketing digital revolucionou o marketing político



Um relatório sobre economia digital divulgado no final do ano passado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês) colocou o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de usuários de internet, com 120 milhões de pessoas conectadas.


As últimas eleições nos Estados Unidos e França mostraram que se comunicar através do marketing digital fez a diferença para os candidatos vencedores nestes dois países. As técnicas para a utilização dessa nova maneira de fazer campanha política ainda são pouco utilizadas no Brasil. 
Muitos candidatos acreditam que fazer marketing digital é criar uma página no Facebook, Twitter e ter um número de WhatsApp cheio de grupos - dos mais variados - e publicar, publicar, publicar, para depois contabilizar curtidas. O marketing digital veio para estabelecer conexões ativas, interativas, diretas, pessoais. Veio para gerar engajamento nas mais diversas "causas" de interesses de grupos ou segmentos da sociedade.


A comunicação na internet nunca esteve tão pessoal. O marketing digital praticado atualmente consegue identificar os interesses do consumidor, seus hobbies, trabalho, estilo de vida. No marketing político digital é a mesma coisa, só que voltado ao público eleitor. A ferramenta mais importante para tornar esse marketing tão pessoal quanto possível é o Big Data.


Para Philip Kotler, o papa do marketing moderno, é no uso correto do Big Data que as empresas devem investir, e essa recomendação serve aos candidatos, claro, no caso do Marketing Político Digital. Analisando as recomendações do professor e fazendo as devidas adaptações ao marketing eleitoral, observamos que, se tratando de buscar maior alcance direcionado a eleitores e entregar a mensagem pretendida, é exatamente isso que os partidos e candidatos devem fazer.


O Big Data reúne dados coletados de várias formas que podem ser utilizados em um determinado contexto. As aplicações do Big Data são ilimitadas e buscam na coleta dos dados de navegação de um usuário, montar o seu perfil , identificar gostos, interesses, área de trabalho e outras informações relevantes. Este perfil permite que o sistema Real-Time-Bidding (RTB) identifique a mensagem ideal a ser enviada a este usuário. A busca pelo público-alvo na internet ganhou uma precisão e efetividade que parecia impossível.


As redes sociais já utilizam o Big Data, e o Facebook se destaca entre elas. Utilizando a ferramenta chamada Atlas, a rede social coleta os dados de seus usuários e quem atualiza estes dados são os próprios milhões de usuários que frequentam o Facebook todos os dias, espontaneamente. O feito mais impressionante do Atlas para a aplicação no marketing político digital não é mostrar o público-alvo de uma campanha, mas sim levar a mensagem certa a cada um de seus potenciais eleitores. 
A despeito das polêmicas sobre a utilização incorreta de dados dos usuários do Facebook, pela empresa britânica Cambridge Analytica, a captação de dados comportamentais colhidos através de quiz (um questionário que tem como objetivo fazer uma avaliação de comportamento e/ou conhecimento dos usuários de determinada página sobre determinados assuntos) é legal e ético, e pode ser aplicado a campanhas publicitárias e de marketing.


O Big Data só está começando a mostrar seu potencial. Os processos estão sendo simplificados e a tecnologia utilizada está cada vez melhor e mais acessível. Uma ferramenta como o big data, também, já demonstrou que o futuro do marketing é a precisão.


O uso no Marketing Político Digital já se mostrou eficaz em campanhas como as de Barack Obama (EUA) e Emmanuel Macron (França) e está em franca evolução.  O Brasil é, este ano, a bola da vez em função das eleições gerais de outubro próximo. O Big Data aplicado corretamente no Marketing Político Digital, comprova, definitivamente, que conhecimento é poder.


Outra questão importante é a capacidade de posicionar anúncios pagos nas redes sociais de maneira a alcançar seus eleitores. Que tipo de anúncio deve ser veiculado também corrobora para os resultados finais. Conteúdo e formato serão decisivos para o alcance do público-alvo. Postar "santinhos" de candidatos não parece ser o ideal para se fazer campanha política nas redes sociais. Conteúdos criativos, com mensagens que convertam clicks em engajamento às propostas e causas será o grande diferencial entre os candidatos.


O que postar, onde postar, como postar e quando postar são questões que devem ser respondidas por um planejamento de campanha de Marketing Político Digital que otimize investimentos e obtenha resultados significativos para o candidato e seu partido.  Poucas agências reúnem condições de prestar este serviço de marketing digital para as empresas, e no campo político o número ainda é bem menor, principalmente, pela especificidade dos conteúdos a serem produzidos. Faça uma busca no Google e encontre a agência digital mais capacitada para este serviço. Ela não precisa estar na sua cidade ou estado: o trabalho de Marketing Político Digital pode, perfeitamente, ser feito à distância e com qualidade. Por tudo isso, não existem dúvidas que chegou a hora e a vez do Marketing Político Digital no Brasil. 


José Américo Moreira da Silva zamerico1961@gmail.com  é Jornalista, publicitário, pós-graduado em Gestão da Comunicação, já participou de mais de 20 campanhas políticas no Brasil e no exterior


 
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