Manifestações espontâneas
Nesse período que antecede o início da nova gestão municipal as conversas no Centro Comercial, Praça Montenegro, e proximidades do paço municipal têm se tornado ricas em expectativas e ansiedades. No Centro Comercial, conhecida como Feiera de Camaçari, onde predominava o apoio ao candidato da situação indicado por Antônio Elinaldo, se esperava críticas e desilusões em relação ao mandatário eleito, Luiz Caetano (PT).
No entanto, as observações é que as oportunidades devem ser bem melhores nos próximos anos. A economia está aquecida, o nível de emprego melhorou e a população está consumindo mais. “Quando a população pega um trocado a primeira coisa que pensa é comprar comida e material de construção para fazer um puxadinho”.
Na Praça Montenegro o papo é com aposentados de serviços públicos, banco, do comércio e alguns por idade via BPC/LOAS. Esses, sentados ao lado da fonte luminosa, adoram quando alguém puxa conversa e logo se junta dois ou três para opinar. Camilo aposentado da secretaria da fazenda municipal se manifesta pela necessidade da nova gestão levantar as condições econômicas e financeira do municipal e informar à população as disponibilidades financeira, o nível do comprometimento dos recursos com empréstimos, o nível de endividamento para que, logo no início, não venha a ser cobrado por obras, ações e intervenções de vulto. “O imaginário da população é que o município é rico e pode fazer tudo”.
Ramiro foi subgerente de uma casa comercial, no centro, se preocupa com o futuro da juventude local. Ele tem um filho de 24 anos que está concluindo o curso superior de mecatrônica e um neto com 17 anos que estuda eletricidade no IFBa. Na sua visão os dois ao concluir os cursos não encontrarão em Camaçari a oportunidade para ressarcir o município dos investimentos de 15 anos (primário, segundo grau, transporte universitário) para com a sua formação. Terá que buscar outros centros para trabalhar.
Januário é um militante da questão ambiental. “A questão ambiental necessita ser olhada com maior responsabilidade pela população. O poder público deve ser o motivador, fomentador, regulador e fiscalizador das atividades. Quem tem que se mobilizar e fazer pressão é a comunidade, as entidades da sociedade cível”. Ocorre que as entidades existentes no município não são regularizadas conforme a legislação e suas lideranças buscam o caminho de ocuparem cargos na administração como forma de proceder às atividades de educação ambiental, demarcação de áreas e controle do uso do solo.
Todas as conversas são permeadas pelas atividades essenciais, de educação, saúde, emprego e renda, e mobilidade urbana. As opiniões divergem muito com relação a essas áreas.
Pessoas que conseguiram através do programa “Fila ZERO”, realizar um procedimento de média e grande complexidade, assim como atendimento ambulatorial e laboratorial se colocam na defesa do sistema. Na área de educação, os pais não debatem questões programáticas, carga horária ou disponibilidade de equipamentos e sim que tenha transporte escolar, vaga e merenda para os filhos.
A crítica severa vem com relação ao transporte urbano. “Tentaram enganar a população ao apresentar uma solução precária, com carros velhos em péssima qualidade, custo de tarifa elevada para atender os empresários e perseguição de pais de família que ganham o pão como moto táxi, ligeirinho ou taxi”.
O município precisa se planejar para atender as demandas essenciais da população, com transparência e participação. As obras promovem empregos, mas o comércio e a indústria se colocam mais perene quando incentivados e dinamizados, além de oferecer oportunidades diversificadas.
Assim, fortalece o sentimento de que montar um sistema de planejamento ouvindo os diversos segmentos da sociedade se apresenta como o melhor caminho para identificar as necessidades e a ansiedade da população. Quem viver verá.
Que DEUS e os Orixás nos protejam
Adelmo Borges dos Santos adelmook@gmail.com
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29/11/2024