Um cenário novo
Quando por ocasião da recondução de Antonio Elinaldo (UB) para o segundo mandato na prefeitura de Camaçari, após vencer duas tentativas do grupo liderado por Caetano, alguns estudiosos, influenciadores e formadores de opinião configuraram a possibilidade do surgimento de uma nova liderança política e o fim da era preponderante sob a régia de Tude e Caetano.
Elinaldo nasce da oportunidade em que tanto Eudoro Tude como Luiz Caetano impossibilitados de participar diretamente do certame não construíram seguidores para ocupar o espaço. Assim, passava a imagem que Elinaldo poderia vir a se constituir a principal liderança política do município e que reinaria por um bom tempo.
Ocorre que Elinaldo, um político em formação, não estava pronto para gerenciar a complexidade administrativa e política do segundo município em arrecadação do estado da Bahia, sede do maior e mais importante polo petroquímico da região Nordeste do Brasil, carente de um projeto de futuro que contemplasse o ordenamento da expansão urbana, desenvolvimento do turismo a partir dos seus 42 quilômetros de costa marítima, da rica expressão cultural, redução da vulnerabilidade sócio-económica e preservação ambiental. Uma cidade polo de atração de empreendedores/investidores, prestadores de serviços e qualificação de mão-de-obra.
As expectativas não se confirmaram. Elinaldo entregou o comando do município para um projeto de governo de ACM Neto, que, exitoso na etapa Salvador, não obteve sucesso quando do confronto conduzido pelo Partido dos Trabalhadores sob a liderança de Rui Costa e Jacques Wagner. A insistência do objetivo proposto levou as decisões locais para serem geridas no escritório do ex-prefeito de Salvador, desde a formação do governo, determinação de apoio a candidatos à assembleia legislativa a ser votado em Camaçari, culminando com a escolha do sucessor.
Os critérios para a escolha de Flávio Matos para suceder Elinaldo, um vereador de baixa expressão política no município, assim como a determinação, anterior, para condução à presidência da Câmara Municipal não agradou os políticos e apoiadores da situação, prevendo dificuldades/consequências futuras. Eleições majoritárias perdidas.
A partir de janeiro de 2025, Luiz Caetano assume o quarto mandato como chefe do executivo municipal do município de Camaçari. Para compor a Câmara Municipal o atual governo contará com 13 vereadores para formar oposição ao petista que contará com 10 aliados.
Concomitante ao clima de terra arrasada que se tornou as ações do governo municipal, com demissões de servidores, inclusive médicos, auxiliares médicos, coveiro e salva-vidas, limitação dos serviços de auxílio funeral, assistência a família carentes através dos CRAs, nas UPAs e UBS, descredenciamento de laboratório e clínicas médicas redução de número de consultas e exames, assim como de intervenções de média e alta complexidade, falta de remédios nas farmácias municipais, suspensão dos serviços de transportes para universitários, entre outros, os vereadores eleitos e/ou reeleitos pelo governo prometem rigoroso processo de fiscalização dos atos do futuro governo.
Diante do posicionamento algumas questões cabe refletir. Quem será o líder da oposição? Quantos e quais os vereadores se manterão na oposição ao próximo governo local?
Elinaldo não se constituiu um líder político no exercício do mandato, dificilmente será identificado. Tude perdeu o espaço ao se colocar, em dois mandatos, como vice de Elinaldo e ser reprovado, pela população, em sua intenção de compor a Câmara de Vereadores. Flávio Matos se constituiu o principal elemento de atrito dentro do grupo, não só pelas atitudes enquanto presidente do legislativo municipal, como é tido, junto a Elinaldo, como responsável pela não reeleição de Jorge Curvello, Junior Borges, Fafá de Senhorinho, Cristiane Bacelar, Vaninho da Rádio etc. Quem vai colocar o guizo no bode, será que o crioulo ACM Neto vai estabelecer-se no município? Quem viver Verá
Que DEUS e os Orixás nos protejam
Adelmo Borges dos Santos adelmook@gmail.com
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05/11/2024