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Adelmo Borges

Ressaca


A antecipação da pré-campanha eleitoral em Camaçari começa a produzir efeitos inusitados. Um início buscando acelerar de um a cem em poucos segundos exigiu um esforço pelo qual as instituições partidárias não estavam preparadas, mais ainda, buscou motivar a população sem um conteúdo que se aproximasse das necessidades e dos anseios das pessoas principalmente das classes menos favorecidas economicamente, carentes de uma oportunidade de ocupação e de prestação de serviços básicos a exemplo de saúde, educação, habitação, lazer, mobilidade etc.


Assim, é que passado aproximadamente 150 dias do início dessa movimentação, motivada primordialmente pela necessidade do governo local popularizar a sua preferência a sucessão, o vereador Flávio Marcus, a despeito de outros nomes (Helder Almeida, Natan, Junior Borges) com maior visibilidade política e potencial eleitoral, as movimentações (do governo e da oposição) começam a se aproximar de um ambiente de ressaca.


No cenário atual, de fundo eleitoral generoso, não se ganha eleição com apenas distribuição de panfletos, nem com discursos na praça da cidade. Exigem-se profissionais (marqueteiros) que dominem os segredos de sedução do eleitor. A máquina dos deputados federais está azeitada com aproximadamente 20 milhões para cada um dos 513 parlamentares. Usam esses valores em articulação com os prefeitos, contanto que tenham controle sobre as licitações e definam os executores das obras, assim como apoio a candidatos opositores, tanto para o executivo como nas câmaras de vereadores.


No caminho da disputa não se distingue tendências direita ou de esquerda em relação ao modo de operar eleitoralmente. A institucionalidade têm regras e capacidade de cooptar dentro dos seus sentimentos. A organização tende a ser considerada mais importante do que a atuação da base militante. Aos poucos, o corpo dirigente se deixa absorver pelas tarefas de administração e abandona o trabalho que consiste em aprimorar a educação política. E a disputa de poder dentro da organização secciona-se, horizontalmente, em tendências e facções. Do ponto de vista vertical, o partido se reduz a uma minoria dirigente que se impõe à maioria dirigida. 


Essa distorção, da qual em geral os partidos não escapam, possibilita reduzir ou até mesmo extinguir o controle democrático das bases. E a direção trata de ampliar o número de filiados que lhe reforce o poder, sem critérios de formação política, identificação ideológica e análise da vida pregressa, assim como os “representantes do povo”, mal alcançam o poder, já se põem a consolidar sua força.


Envolvem incessantemente suas posições com novas atitudes defensivas até conseguirem libertar-se completamente do controle popular. É um ciclo natural percorrido por quase todo poder, se colocando acima do povo. Que DEUS e os Orixás nos protejam.


Adelmo Borges adelmook@gmail.com


Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor

18/04/2024

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