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Fascismo Neopentecostal


João Borges é filósofo, historiador, babalorixá

Estamos assistindo um fenômeno nada interessante ou muito interessante no Brasil hoje, o fascismo neopentecostal.


O termo fascismo derivado do latim fasces que designa um feixe de varas amarradas em volta de um machado de uma lâmina, símbolo de poder relacionado a magistrados da república romana. O valor simbólico desta imagem está alicerçado no poder de decapitação dos desobedientes atribuídos aos mesmos magistrados.


O fascismo é um conjunto de elementos comportamentais e mentais que constituem um contexto ideológico   caracterizado por repressão ao contraditório via a força, discurso ultranacionalista, desprezo a princípios democráticos, militarização e defesa da sociedade civil armada, além da crença de uma hierarquia social estabelecida de forma natural em virtude da valorização da elite.


O fascismo adquiriu notoriedade na primeira metade do século 20 na Europa, surgindo na Itália já na primeira Guerra Mundial, depois influenciou outras nações europeias, tendo como ponto de culminância na primeira metade do século 20, década de 1940 na Itália de Benito Mussolini.


O que é neopentecostalíssimo? Esse termo refere-se a uma onda recente, também do século 20 aproximadamente entre 1970 e 1980 dentro da religião cristã dito protestante que é fruto do movimento pentecostal de 1906. Esse fenômeno teológico é fruto da dissidência do evangelicalismo que articula congregações oriundas do pentecostalismo tradicionalmente conhecidas como cristã clássicas a exemplo das Igrejas batistas, presbiterianas, metodistas entre outras...


É importante salientar que as igrejas neopentecostais no Brasil possuem poderosas corporações canais de TV abertas e fechadas, rádios de naturezas diferentes, mídia impressa além de um vasto exército de fiéis e muito fiéis diga-se de passagem...


Paralelo a isso, o poder Legislativo no nosso país, é composto por uma atuante bancada da bíblia, numerosa, poderosa, articulada com outros setores. Para além disso existe representantes desse setor em outras esferas do legislativo, câmaras municipais e assembleias legislativas pelo Brasil afora. Com tudo isso, existem vários prefeitos de Municípios pelo país adentro surfando na crista dessa onda...


A intenção aqui não é fazer julgamentos morais ou afirmações a respeito de condutas éticas, muito menos macular ou desqualificar a imagem das instituições citadas ou de seus adeptos, o objetivo aqui é, questionar! Refletir sobre fatos e acontecimentos que constantemente aparece nos noticiários sobre essas instituições, em face os seus paradigmas filosóficos cristãos.


O que é curioso é como articular a máxima “amar o próximo como si mesmo” com a propaganda de compras de arma de fogo, discurso de ódio a não heteros, violência contra comunidades de matriz africana ou destilação do ódio racial? Todos esses comportamentos são facilmente correlacionáveis ao fascismo. O problema é como correlacionar o pensamento filosófico de Jesus ao ódio, o preconceito, a discriminação e violência sem ser contraditório ou ao mínimo incoerente?


Como se explica um revólver gigante desfilando num carro alegórico na conhecida marcha para Jesus em pleno 2022? Um dos princípios da lógica clássica aristotélica é o princípio da não contradição. Logo não existe lógica entre as pregações abusivas em ônibus, metrôs, lojas, espaços públicos em geral, residências e o fascismo emergente.


Onde está esse amor cristão, ao próximo? O que será que Jesus Cristo acharia desses cristãos?


O que há de tão sedutor nessa onda de violências múltiplas que convencem corações e mentes ao explicito contraditório? Qual a tênue fronteira entre o vexame da contradição dos fiéis e os benefícios de um conjunto de seletos líderes sacerdotais? Por que não está intensamente explicitada a opinião dos evangélicos não fascistas?


Essas e outras respostas, além de outros questionamentos só serão acessíveis com fluxo da História...


O papel do filósofo é antes de tudo questionar, entretanto podemos refletir acerca do sentido de possíveis respostas do futuro próximo, médio ou longínquo....


Pensemos com mais perguntas. Quais as posições políticas dos líderes nucleares desses segmentos religiosos nos últimos dez anos? Repensemos, quais as posições políticas desses líderes nos últimos 20 anos? As respostas mais lineares apontam para o sentido do extremo pragmatismo político. Será então que essas posições são por puros interesses particulares dos líderes ou de suas corporações?


Será que o nosso coração racional, não convertido de fato não consegue compreender a concatenação dessa sofisticada lógica de tanta expressão metafisica?


Com a respostas os sábios!


João Borges orinxala@gmail.com é filósofo, historiador, babalorixá


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Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade do autor

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