O senador Otto Alencar (PSD) não acredita que a CPI para investigar possíveis casos de corrupção no Ministério da Educação (MEC) saia do papel. “Essa CPI do MEC, em condições normais, teria que ser feita e investigada. Com a prisão, pela primeira vez na história do Brasil, da prisão de um ministro da Educação. Os casos são graves”, disse Otto.
O pessedista e o colega de partido e bancada, Angelo Coronel, que até a semana passada não havia asinado o requerimento pedindo a CPI, reforça sua convicção com o reconhecimento da força da bancada de senadores que apoiam o presidente Bolsonaro. “Fora que existe um grupo muito forte de senadores que defendem o presidente Bolsonaro, e são um grupo muito forte”, contou.
O pedido da CPI foi protocolado n o dia 28 de junho com 30 assianturas. De acordo com o documento, o Ministério da Educação “se viu envolto em uma rede de corrupção”. O então ministro Milton Ribeiro, segundo o texto, “priorizava amigos de dois pastores a pedido do presidente da República” na destinação de verbas públicas. “Os fatos narrados são gravíssimos e merecem ser rapidamente apurados pelo Senado para que as responsabilidades, inclusive criminais ou de índole político-administrativa, sejam finalmente atribuídas”, destaca o requerimento.
O documento denuncia a existência de “um verdadeiro balcão de negócios”, em que verbas destinadas à educação ficavam “nas mãos de agentes estranhos ao Estado” e serviam de “moeda de troca para angariar apoio político e ganhos indevidos”.
O requerimento sugere a investigação e “o enquadramento da conduta” de Milton Ribeiro e do presidente Jair Bolsonaro pelo eventual cometimento dos crimes de peculato; emprego irregular de verbas ou rendas públicas; corrupção passiva; prevaricação; e advocacia administrativa. No caso dos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, o documento faz referência aos crimes de tráfico de Influência; corrupção ativa; e usurpação de função pública.